Bombas matam mais de 40 em cidade turca a 8 km da Síria
Pelo menos dois carros-bomba explodiram em Reyhanli, sudeste da Turquia. Vice-primeiro-ministro turco levanta suspeita de que governo de Bashar al Assad esteja por trás do ataque e fala em tomar 'medidas necessárias'
A explosão de dois carros-bomba perto da prefeitura da cidade turca de Reyhanli, a oito quilômetros da fronteira com a Síria, matou pelo menos quarenta pessoas e feriu mais de cem neste sábado. O atentado aconteceu às 13h45 locais (7h45 pelo horário de Brasília). Pouco depois, uma terceira explosão sacudiu a cidade, de acordo com o canal de televisão local NTV.
O balanço provisório de mortos e feridos nos primeiros dois ataques foi feito pela agência de notícias Anadolu. As explosões ocorreram em frente à prefeitura e ao centro dos correios de Reyhanli, uma cidade de 60.000 habitantes da província de Hatay, região sudeste do país. Reyhanli fica perto de Cilvegözü, uma movimentada passagem para a Síria onde a explosão de um carro-bomba deixou catorze mortos em fevereiro.
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Tensão recrudesce — A Turquia abriga cerca de 190 000 refugiados da guerra civil no país vizinho, que já matou mais de 60 000 pessoas. Os ataques deste sábado elevaram ainda mais a tensão na região. O vice-primeiro-ministro turco, Bulent Arinc, sugeriu que os serviços secretos do regime sírio podem estar por trás da explosão dos carros-bomba neste sábado. Arinc afirmou que “os refugiados sírios” se transformaram em um “alvo do regime” e que Reyhanli não foi “escolhida por acaso”. “Acreditamos que a Mukhabarat (o serviço de inteligência sírio) e outras organizações militares do regime são os suspeitas frequentes no planejamento e na execução destes planos diabólicos”, disse.
O vice-primeiro-ministro turco, no entanto, tomou o cuidado de dizer que é preciso esperar os resultados das investigações antes de apontar os culpados e definir as medidas que serão tomadas. “Se for provado que o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, está por trás disto, faremos o que for necessário”, disse, em declarações divulgadas pela televisão local.
As explosões em série acontecem dias antes do encontro na Casa Branca entre o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente americano, Barack Obama, para tratar da crise na Síria. Em comunicado, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, condenou os atentados. No texto, enviou suas condolências aos familiares das vítimas, expressando “plena solidariedade” com toda a população e autoridades da Turquia, país que faz parte dos aliados do bloco militar.
(com agências EFE e AFP)