Ex-presidente Fujimori é denunciado por desvio de verba
Condenado a 25 anos de prisão, ele pode pegar mais oito e ter que pagar multa
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, que governou de 1990 a 2000, foi denunciado pelo Ministério Público do Peru por peculato, uma acusação pela qual pode pegar uma nova pena de oito anos de prisão, informou nesta terça-feira o Ministério da Justiça peruano.
Condenado a 25 anos de prisão por desrespeito aos direitos humanos e envolvimento em chacinas durante seu governo, Fujimori foi acusado pela promotora Delia Espinoza, que solicitou ainda três anos de inabilitação e o pagamento de 3 milhões de sóis (o equivalente a 2,30 milhões de reais) como forma de reparação civil pelo suposto uso de verbas públicas para fins particulares.
A acusação ocorre cinco anos depois da extradição de Fujimori do Chile ao Peru, onde ele está preso. O procurador anticorrupção Christian Salas afirmou que as provas da prática de peculato são tão contundentes que não descarta a possibilidade de o ex-presidente peruano se declarar culpado, como já fez em outros casos de corrupção.
A denúncia contra Fujimori se refere ao desvio de 122 milhões de sóis (94 milhões de reais) das verbas das Forças Armadas para o Serviço de Inteligência Nacional (SIN) com o objetivo de “comprar” a linha editorial de jornais denominados “diários chicos”, veículos de imprensa populares que atacaram os adversários políticos de Fujimori durante a campanha para sua segunda reeleição, em 2000, e destruíram a imagem política de vários de seus opositores.
Atualmente, Fujimori espera que a Comissão de Perdões Presidenciais entregue seu relatório final ao presidente peruano, Ollanta Humala, para que o chefe de estado decida sobre seu pedido de indulto humanitário. Seus filhos apresentaram o pedido no final de 2012 , sob o argumento que o ex-presidente padece de um câncer de língua e uma depressão que colocavam em risco a sua vida.
Alberto Fujimori está preso na penitenciária de Barbadillo, onde tem uma área de 10.000 metros quadrados a sua disposição, concedida pelo ex-ministro da Justiça do Peru, Aurelio Pastor, em 2009.
(Com agência EFE)