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Entrada de refugiados sírios na Grécia é negada por polícia

Ambos os países vivem as mais conturbadas crises da atualidade: sírios tentam fugir de conflito interminável, gregos lutam para driblar grave quadro econômico

Por Da Redação
8 dez 2012, 15h20

Refugiados sírios que cruzam as fronteiras e finalmente chegam à Grécia, através da Turquia, têm tido sua entrada negada no país – muitos têm sido deportados ilegalmente -, reportou nesta sexta-feira o jornal britânico The Guardian (leia a íntegra, em inglês). Refugiados, organizações não governamentais e advogados relatam que as forças da fronteira grega têm colocado os sírios que atravessam o rio Evros de volta em seus barcos e os escoltado até o lado turco da fronteira. Muitas vezes, isso ocorre depois de os sírios enfrentarem duros percalços para chegar até ali. Há casos de embarcações que desapareceram ou afundaram no meio da noite, obrigando os sobreviventes a caminharem em uma densa floresta até conseguir chegar à margem grega. Mesmo assim, só neste ano, 23.000 deles foram detidos após cruzar a fronteira – a segunda maior nacionalidade a ser presa no país.

A reportagem também cita Itália e Malta, que têm sido fortemente criticadas por usar métodos semelhantes no Mediterrâneo. Neste ano, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerou que a Itália violou o direito internacional dos direitos humanos, devolvendo um barco de imigrantes para a Líbia. O caso grego começa a se tomar semelhante ao italiano, e o advogado da ONG Aitima, de Atenas, chama a atenção para sua ilegalidade. “Quando alguém entra em um país pedindo por proteção, e esse estado ratificou as convenções de Genebra, ele tem a obrigação de protegê-lo. Ao enviar um iraniano ou um afegão de volta para a Turquia, o governo sabe que ele pode ser deportado de volta ao seu país e enfrentar perigo ou violência, o que viola o artigo 33 das convenções”, diz.

Mas a Grécia tem sofrido uma enorme pressão para fechar suas fronteiras, devido ao crescente sentimento contra imigrantes entre os gregos comuns. O país é um dos maiores prejudicados pela grave crise que atinge hoje a União Europeia. A Operação Escudo é a mais recente tentativa do governo para impedir cruzamentos ilegais vindos da Turquia. Desde o início da medida, em agosto, 900 policiais extras foram enviados para Orestiada, uma pequena cidade de fronteira no norte da Grécia. Os efeitos foram imediatos: em julho, 6.000 migrantes foram presos na área – o número caiu para 1.800 em agosto e setembro. O governo também gastou 3 milhões de euros para colocar uma cerca de arame farpado em sua fronteira terrestre com a Turquia, a poucos quilômetros do rio Evros.

Enquanto isso, a Síria passa por uma das mais conturbadas crises da atualidade – e sua população, desesperada para escapar das misérias do conflito entre rebeldes e as forças do ditador Bashar Assad, cada vez mais se desloca para além dos países vizinhos mais próximos, que já estão com os campos ocupados por centenas de milhares de refugiados.

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