Egito pede ao Conselho de Segurança da ONU intervenção na Líbia
Objetivo da coalizão idealizada pelo país é combater alvos do Estado Islâmico instalados no território líbio, onde 21 cristãos do Egito foram decapitados
O governo do Egito confirmou nesta terça-feira que o presidente do país, Abdel Fatah Sisi, pediu por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorize a intervenção de uma coalização internacional na Líbia para combater alvos do Estado Islâmico (EI) no país. Esta é a mais recente ação do Egito contra os terroristas do EI em resposta à decapitação de 21 cristãos cooptas do país, registrada em vídeo divulgado pelo grupo.
“Não há outra opção”, afirmou Sisi em entrevista à rede francesa Europe 1. Para ele a resposta não deveria ser unicamente um confronto militar, mas “um confronto global, intelectual, educativo, econômico, cultural e político” para lutar contra o terrorismo.
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Sisi lembrou que, quando a situação na Líbia se deteriorou após a queda do regime de Muamar Kadafi em outubro de 2011, o Egito advertiu sobre “o grande perigo” que isso representava para a segurança e a estabilidade “não somente dos líbios, mas também para seus vizinhos e os europeus”.
Na segunda-feira, o Egito bombardeou diversos alvos do EI na Líbia. Segundo a televisão estatal egípcia, o bombardeio teve como alvos campos de treinamento e depósitos de armas do Estado Islâmico. O grupo jihadista é uma das diversas milícias que atuam no país, que mergulhou no caos desde a queda do ditador Kadafi em 2011. Recentemente, o Estado Islâmico conquistou o controle da cidade costeira de Sirte, onde os cristãos coptas teriam sido sequestrados. Mesmo com a instabilidade na Líbia, milhares de egípcios viajam ao país vizinho em busca de emprego.
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Selvageria – No mais recente episódio da longa série de barbáries do Estado Islâmico, seguidores do grupo divulgaram um vídeo que mostra a execução coletiva de 21 cristãos coptas egípcios. Nas imagens, os reféns são forçados a se ajoelhar e então são degolados. O vídeo foi divulgado em perfis de jihadistas líbios que apoiam o EI nas redes sociais, com a seguinte legenda: “O povo da cruz, os seguidores da igreja egípcia hostil”.
Estimativas apontam que entre 9 e 15 milhões de cristãos coptas vivem no Egito atualmente. A população total do país é de cerca de 87 milhões de pessoas.
(Com agência EFE)