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Para Cristina, denúncia de Nisman foi ‘constrangimento’ para o país

Em discurso no Congresso, presidente tentou mais uma vez desqualificar investigação, criticou a Justiça e anunciou proposta para estatizar ferrovias

Por Da Redação
1 mar 2015, 20h16

Em seu último discurso diante do Congresso antes do fim de seu segundo mandato, a presidente argentina Cristina Kircher voltou a atacar o Judiciário e a tentar desqualificar as denúncias apresentadas por Alberto Nisman. Ela considerou “uma vergonhosa e um constrangimento para os argentinos’ a atitude do promotor, que a acusou de encobrir a participação do Irã em um atentado contra um centro judaico em Buenos Aires. E ressaltou que, ao mesmo tempo, o funcionário enaltecia as medidas tomadas durante seu governo para esclarecer o ataque. “Com qual Nisman eu fico? Com o que nos acusa de ocultação ou com o que se dirigia a mim reconhecendo tudo o que havíamos feito?”.

O promotor foi encontrado morto em 18 de janeiro, quatro dias após denunciar a presidente e na véspera de comparecer ao Congresso para dar mais detalhes sobre o caso. As circunstâncias em que a morte ocorreu ainda não foram esclarecidas. A acusação foi levada adiante pelo promotor Gerardo Pollicita, mas acabou indeferida pelo juiz federal Daniel Rafecas, para quem a denúncia carecia de provas. Pollicita ainda pode recorrer.

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Cristina se referiu a uma documentação encontrada em uma caixa forte do promotor composta por dois textos que, segundo Rafecas, foram elaborados com uma “postura diametralmente oposta” à que o fiscal expressou contra a presidente em sua denúncia de 14 de janeiro. “O que aconteceu entre o momento em que o fiscal Nisman saiu de férias e voltou, que em vez de apresentar o documento que iria apresentar, apresentou uma denúncia?”, disse a presidente. O juiz Rafecas destacou que o texto deixado pelo investigador destacava “considerações absolutamente positivas da política de Estado do governo nacional, desde 2004 até a atualidade” – 2004 foi o ano em que Nisman assumiu a investigação sobre o atentado, realizado em 1994 e que deixou 85 mortos e 300 feridos.

O governo defende a tese de que um ex-chefe de inteligência teria fornecido dados falsos ao promotor para fundamentar a acusação. Sugere também que esse agente poderia estar por trás da morte de Nisman.

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Judiciário e estatização – Apesar da decisão favorável ao seu governo tomada pelo juiz Rafecas, Cristina ainda mantém um embate com o Judiciário do país. Ela fez questão de ressaltar seu descontentamento neste domingo ao acusar a Justiça de ignorar a Constituição. “Ultimamente, o Partido Judicial ficou independente, mas da Constituição”, disse, acrescentando que a Justiça “tem de ser independente do poder político, dos poderes concentrados da economia, mas não pode nunca ser independente da Constituição e das leis”.

Ao longo de quase 4 horas de um discurso em tom de campanha, ela também anunciou que vai enviar ao Congresso um projeto de estatização das redes ferroviárias do país.

A medida tornaria públicas a gestão e a administração das ferrovias, como acontece atualmente com a linha Sarmiento. Cristina afirmou que “não foi motivada por nenhuma vontade estatista”, mas que responde a critérios puramente econômicos e a um desejo de “melhorar a eficiência” do transporte por trilhos.

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(Com Estadão Conteúdo)

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