Drone ‘de brinquedo’ da Coreia do Norte sobrevoou palácio presidencial do Sul

Equipamento, que não tem capacidade para transmitir imagens ou carregar explosivos, tirou fotos aéreas na capital Seul

Por Da Redação
3 abr 2014, 19h09

Um drone norte-coreano foi encontrado em Baengnyeongdo, na Coreia da Sul perto da fronteira entre os dois países (Yonhap/Reuters/VEJA)

Mais um equipamento militar da Coreia do Norte chama a atenção pelo estilo ‘retrô’ e pelos danos que eventualmente pode causar. Desta vez um pequeno drone encontrado pela vizinha do Sul teria sobrevoado o palácio presidencial antes de cair perto da fronteira. O aviãozinho não tem capacidade para fazer gravações ou transmitir imagens, e muito menos para portar algum artefato explosivo. Mesmo assim, cerca de 200 fotos aéreas foram recuperadas, incluindo algumas tiradas acima da residência presidencial, segundo informação do Ministério da Defesa da Coreia do Sul.

“É um modelo primitivo e não seria fácil usá-lo em um ato de terror. Ou, mais precisamente, não seria possível”, disse o porta-voz Kim Min-seok. O modelo encontrado tinha menos de 2 metros e levava uma câmera com lentes básicas, sem o recurso de zoom, o que limita muito a ação de ‘espionagem’ do equipamento. Pelo fato de ter recursos de imagem limitadíssimos, analistas de segurança nacional disseram que a aeronave se assemelhava a um “brinquedo” ou a um mero “protótipo”. A suspeita é que o combustível da aeronave acabou antes do caminho de volta para o território norte-coreano.

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Imagem fornecida pelas autoridades sul-coreanas mostra drone rudimentar que teria sido usado por Pyongyang para espionar Seul (VEJA)

O Exército do Sul tem sido criticado por não identificar ou parar drones que invadem seu espaço aéreo e sobrevoa a capital em meio a tensões com o Norte. Segundo o jornal The Washington Post, vários equipamentos deste tipo foram encontrados no território sul-coreano desde o fim de março. Um deles caiu na ilha de Baeknyeong, ao norte do país, após Seul e Pyongyang dispararem mísseis no meio do oceano, na segunda-feira. O governo sul-coreano não acusou diretamente o rival de invadir seu espaço aéreo, mas o Norte é um suspeito óbvio, não só por ter motivos para querer espionar o vizinho, mas também porque o drone recuperado é muito semelhante a modelos maiores apresentados em paradas militares organizadas pelo regime comunista.

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Assim como o drone apreendido, a maior parte dos equipamentos militares da Coreia do Norte são modelos antiquados da era soviética. Enquanto o país recebe carregamentos de comida do exterior para aplacar a fome de sua população submissa, Kim Jong-un aplica recursos no desenvolvimento de um programa nuclear estacionário. E faz constantes ameaças contra a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos, em uma tentativa de fortalecer o poder doméstico do regime militar.