China constrói escolas em ilhas disputadas com outros países
Comandante da Marinha dos Estados Unidos alerta para possível corrida armamentista no Mar do Sul da China
A China inaugurou nesta semana uma escola primária, uma creche e um centro de formação profissional na cidade de Sansha, fundada em 2012 no arquipélago Paracel, em uma reafirmação de seu controle sobre essa e outras ilhas no Mar do Sul da China. A construção das instalações, revelada pela imprensa estatal nesta terça-feira, custou 5,56 milhões de dólares (21,6 milhões de reais) e dezoito meses de trabalhos. A cidade de Sansha começou de fato como um destacamento militar, mas atualmente possui cerca de 1.000 habitantes civis.
A região também se transformou em uma atração turística, já que agências de viagens chinesas oferecem pacotes turísticos às ilhas Paracel desde 2013. A China tomou o controle do arquipélago em 1974, após vencer em uma batalha naval o então denominado Vietnã do Sul.
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Pequim reivindica a maior parte do Mar do Sul da China, através do qual passam mais de 5 trilhões de dólares (19,4 trilhões de reais) em mercadorias em cargueiros a cada ano. Contudo, Vietnã, Taiwan, Malásia e Filipinas também alegam soberania sobre o território. De acordo com imagens de satélite, a China está construindo sete ilhas artificiais na região e instalando diversas bases militares, em um gesto que os Estados Unidos interpretaram como ameaçador para os países vizinhos.
Escalada militar – Também nesta terça, o comandante da frota americana no Pacífico alertou sobre o início de uma possível corrida armamentista no disputado Mar do Sul da China. Segundo o almirante Scott Swift, as nações se tornam cada vez mais tentadas a usar a força militar para resolver as disputas territoriais, em vez de recorrer ao direito internacional. “Os que têm reivindicações e mesmo os que não têm estão transferindo partes maiores de sua riqueza nacional para desenvolver forças navais mais eficientes, além do que é necessário, apenas para a autodefesa”, afirmou Swift, que também pediu que os países envolvidos em conflitos recorram à diplomacia para resolver as disputas.
Questionado sobre os comentários de Swift, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, disse: “Alguns países estão exagerando sobre as tensões na região do Mar do Sul da China para, na realidade, para criar confusão e se intrometer na região. A China é decididamente contra isso”.
(Da redação)