Acordo de cessar-fogo entra em vigor na Síria
Principal grupo de monitoramento da guerra civil relatou calmaria nas primeiras horas da trégua, aceita pelo regime do ditador Bashar Assad e pelos principais grupos rebeldes
O cessar-fogo no conflito na Síria entrou em vigor na noite desta sexta-feira, interrompendo os combates que assolam o país há quase cinco anos. A interrupção das hostilidades foi coordenada por Estados Unidos, Rússia e pela Organização das Nações Unidas (ONU) e visa abrir caminho para novas negociações de paz. O regime do ditador Bashar Assad e as principais facções rebeldes concordaram em respeitar a trégua.
O principal grupo de monitoramento da guerra na Síria relatou calmaria nas primeiras horas do cessar-fogo, que entrou em vigor à meia-noite de sábado no horário local (19h de Brasília). “Em Damasco e ao seu redor… pela primeira vez em anos, prevalece a calma”, disse o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdulrahman.
Caso a trégua permaneça, será a primeira interrupção de combates efetiva desde que a guerra civil na Síria começou, em março de 2011. Em quase cinco anos de conflito, mais de 250.000 pessoas morreram e milhões fugiram do país.
Rússia – O cessar-fogo não se aplica aos grupos terroristas Estado Islâmico e Frente Nusra, ligado à Al Qaeda, que controlam boa parte do território sírio. O governo de Assad e a Rússia já disseram que não vão interromper os ataques contra os jihadistas.
Na quinta-feira, o presidente americano Barack Obama advertiu que “o mundo estará observando” o comportamento de Damasco e de Moscou na trégua e cobrou o fim dos ataques aéreos para que as zonas mais atingidas possam receber a ajuda humanitária de forma “livre, segura e rápida”. Horas antes do início do cessar-fogo, a aviação russa, aliada de Assad, intensificou os bombardeios em redutos rebeldes como Aleppo, Homs e Duma. Depois da meia-noite, entretanto, os ataques cessaram.
Negociações – Na noite de sexta-feira, o mediador da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, anunciou sua intenção de convocar para 7 de março uma nova rodada de negociações de paz, “sob a condição de que se respeite a suspensão das hostilidades”.
(Com agências Reuters e AFP)