Cameron se encontra com Merkel e pede reformas na UE
Grã-Bretanha vai realizar em 2017 um referendo para decidir se fica no bloco europeu. Premiê deseja que sua nação permaneça, mas quer mudanças em alguns acordos
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeram nesta sexta-feira buscar um entendimento comum em meio à ameaça da Grã-Bretanha sair da União Europeia (UE). Cameron aproveitou a ocasião para voltar a pedir por reformas nas política de imigração e de livre circulação de pessoas na UE. “Eu já disse no passado que onde há uma vontade, há um caminho”, disse Merkel em entrevista coletiva ao lado de Cameron. “Devemos agir de acordo com este princípio”, acrescentou. Uma possível saída da segunda economia do bloco (atrás somente da Alemanha) teria consequências econômicas e políticas imprevisíveis, dizem analistas, com o risco da ação incentivar outros países a também deixar a UE.
Cameron, pressionado por parte de seus eleitores para realizar o referendo sobre a permanência britânica na UE, já afirmou que vai levar a consulta popular adiante. Ele, no entanto, gostaria que a Grã-Bretanha ficasse como nação integrante da UE, mas cobra mudanças no bloco. Na Alemanha, ele disse que a UE estará melhor com a permanência da Grã-Bretanha e a líder da Alemanha afirmou depois que tem a “clara esperança” de que isso aconteça. Merkel alertou que há “linhas vermelhas” para a Alemanha em negociações que incluem a liberdade de circulação dos cidadãos e do mercado único da UE, mas que “é possível encontrar soluções para os interesses comuns”.
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O primeiro-ministro britânico, que foi reeleito no início deste mês, vem percorrendo capitais europeias para construir o apoio que necessita para uma revisão de tratados de livre circulação da UE. Ele sustenta que mudanças precisam ser feitas para que a Grã-Bretanha permaneça no bloco, como limitar benefícios sociais para imigrantes. Ele prometeu realizar o referendo em 2017 sobre se a Grã-Bretanha deve deixar o bloco ou não. No entanto, os políticos europeus, incluindo muitos na Alemanha, em grande parte resistem a propostas de Cameron. Eles se incomodam com a ideia de que a Grã-Bretanha deve receber tratamento especial e dizem que isso iria contra o espírito dos princípios da UE.
(Da redação)