Boko Haram sequestra dezenas de meninos na Nigéria
Terroristas também incendiaram casas em pequena vila de pescadores
Terroristas do grupo islâmico Boko Haram sequestraram dezenas de garotos e adolescentes em uma vila remota no nordeste da Nigéria, disseram nesta sexta-feira testemunhas que conseguiram fugir. Segundo a rede britânica BBC, mais de cinquenta moradores de Lake Chad foram levados depois de um ataque à região. Outras 26 pessoas teriam sido mortas na vila de pescadores de Doron Baga. Os terroristas também incendiaram várias casas. Quase 100 pessoas estão desaparecidas. O ataque ocorreu domingo, mas a informação foi divulgada apenas nesta sexta, uma vez que a região é remota e tem um sistema de comunicação precário.
Os sequestros ocorrem quatro meses após o grupo terrorista ter sequestrado mais de 200 meninas na vila de Chibok, no nordeste do país. Acredita-se que a maioria das vítimas seja mantida na vasta floresta de Sambisa, na fronteira com Camarões. O Boko Harampretende instalar um califado na Nigéria. O grupo é conhecido por atacar meninas e meninos, cristãos, muçulmanos.
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“Eles não deixaram homens ou garotos no lugar, apenas crianças, garotas e mulheres”, disse Halima Adamu, chorando e com aparência exausta, após uma viagem de 180 quilômetros na traseira de um caminhão até a cidade de Maiduguri. Especula-se que os terroristas possam ter sequestrado os jovens para recrutá-los para o grupo. “Eles estavam gritando ‘Alá é grande’, e atirando. Houve confusão em todos os lugares. Eles começaram a colocar nossos homens e garotos em seus veículos, ameaçando atirar em quem desobedecesse. Todo mundo estava com medo.”
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O Boko Haram, visto como a principal ameaça de segurança à maior economia africana, aumentou dramaticamente seus ataques contra civis nos últimos anos. Além dos sequestros, o grupo também realiza atentados a bomba e assassinatos. Uma fonte de segurança do governo da Nigéria disse estar ciente do mais recente ataque, mas acrescentou que os detalhes ainda estão sendo investigados.
(Com agências Reuters, EFE e France-Presse)