Boca de urna aponta empate entre partido de Netanyahu e oposição
Premiê israelense busca quarto mandato e tem Issac Herzog como principal adversário
(Atualizado às 20h59)
O Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e a coalizão União Sionista, de seu principal adversário Isaac Herzog, aparecem praticamente empatados nas eleições parlamentares de Israel, segundo pesquisas de boca de urna. Se confirmada, a tendência pode complicar o processo de formação de uma coalizão para o próximo governo.
Levantamentos realizados pelo Canal 10 e pelo Canal 1 mostraram o Likud e a União Sionista conseguiram 27 cadeiras no Parlamento cada um. Uma terceira pesquisa, feita pelo Canal 2, mostrou o Likud com uma cadeira a mais, 28. Os resultados finais só devem ser anunciados amanhã.
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O premiê declarou uma “grande vitória” do partido Likud e, falando a partidários, ressaltou a importância de “formar uma coalizão estável que vai assegurar nossa segurança”. “Cada família, soldado, cidadão, judeu ou não, é importante para mim. Nós vamos formar um governo forte para trabalhar por eles”, disse. Ele também prometeu reduzir os presos da moradia e o custo de vida no país.
Herzog, no entanto, não cedeu e disse que “o jogo ainda está em aberto”. “Vamos esperar pelos resultados finais. O público quer uma mudança verdadeira. Eu chamo todos os partidos para se unir ao meu governo. Pretendo fazer todo o esforço para formar um governo realmente social”, disse, em declarações reproduzidas pelo jornal britânico The Guardian.
O empate indica que o premiê conseguiu reduzir a vantagem de seu oponente — levantamentos realizados nos dias anteriores à votação indicavam uma liderança de três a quatro assentos para a União Sionista. Netanyahu lançou ontem uma última cartada para conquistar os votos de eleitores de direita, ao descartar a possibilidade de criação de um Estado palestino enquanto ele ocupar o cargo.
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Com o apoio de legendas religiosas e de direita, a votação para o Likud pode beneficiar o primeiro-ministro, que comanda Israel há nove anos e busca um quarto mandato. No entanto, Herzog deve contar com o apoio do Kulanu, partido de centro liderado por ex-integrantes do Likud, e da Lista Árabe Conjunta, que representam a minoria árabe e aparece com chances de se tornar a terceira força política do Knesset, com algo entre 12 e 13 assentos.
Tanto Netanyahu como Herzog passaram imediatamente a cortejar Moshe Kahlon, líder do partido centrista Kulanu, que deve conquistar dez lugares no Parlamento que podem ser decisivos na definição do próximo primeiro-ministro.
(Da redação)