Berlim desconhece paradeiro de 12% dos refugiados que acolheu em 2015
A Acnur informou que está montando uma rede de centros especializados de assistência para refugiados em toda a rota que vai das ilhas gregas até o norte da Europa
O governo da Alemanha reconhece desconhecer o paradeiro de cerca de 130.000 refugiados, 12% dos que chegaram no ano passado ao país, segundo os dados publicanos nesta sexta-feira pelo jornal Süddeutsche Zeitung. O Ministério do Interior alemão informou que essa é a quantidade de refugiados peticionários de asilo que nunca se apresentaram aos centros de apoio para onde foram direcionados.
Entre as razões possíveis que expliquem estes números, o Ministério aponta a possibilidade de que os refugiados ausentes tenham prosseguido seu caminho rumo a outro país da União Europeia (UE) ou que “tenham passado para a ilegalidade”. Estes números voltam a colocar em destaque as dificuldades logísticas e administrativas que a Alemanha está tendo para acolher as ondas de refugiados que chegam a seu território. Somente no ano passado, o país recebeu 1,1 milhão de pessoas.
Leia também
Horas antes do início da trégua, bombardeios aumentam na Síria
França aprova plano de despejo em acampamento de refugiados de Calais
Vídeo: gatinho refugiado reencontra família meses depois de se perder dos donos
Centros de refugiados – A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou nesta sexta que está criando uma rede de vinte centros especializados de assistência para crianças e famílias refugiadas em toda a rota que vai das ilhas gregas até seus destinos no norte da Europa. Os centros, denominados “Blue Dots” (pontos azuis), oferecerão um espaço seguro para as crianças e suas famílias, e serviços vitais como controles médicos, áreas de jogos, assistência psicossocial, aconselhamento legal e conexão à internet. Os centros estarão situados em pontos fronteiriços e onde houver centros de registro.
A ideia é que durante toda a rota desde o Mediterrâneo até os países do norte europeu os refugiados contem com pontos de referência onde possam ser atendidos. Em janeiro e fevereiro, 60% dos que cruzaram o Mediterrâneo eram mulheres e crianças, percentual que era de 27% no final do ano passado.
(Da redação)