A mulher escalada para eleger Hillary Clinton
Ex-chefe de comunicação de Michelle Obama, a relações públicas Kristina Schake foi convocada para transformar a imagem da ex-primeira-dama em uma mulher mais próxima da classe média
A ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, quer ser a primeira mulher a presidir os Estados Unidos. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a ex-primeira-dama oficializou sua candidatura, o que já era esperado há semanas. Para suceder o presidente Barack Obama, sua equipe recorreu à mulher responsável por fazer de Michelle Obama a primeira-dama americana mais popular desde Jack Kennedy. Ex-chefe de comunicação da mulher de Obama, a relações públicas Kristina Schake é o trunfo da equipe de marketing de Hillary.
Com Michelle, Kristina testou algumas táticas arriscadas, mas bem-sucedidas, como a ida da primeira-dama à loja de departamentosTarget, nos subúrbios de Virgínia, e o debochado tutorial de como mães dançam durante participação no talk show Late Night With Jimmy Fallon.
De acordo com reportagem do jornal americano The New York Times, Kristina se inspirou na obra de Caravaggio, o pintor italiano que sempre retratava Jesus Cristo descalço, uma metáfora de simplicidade. A mesma reportagem relembra à corrida presidencial de 2008 para explicar a escolha de Kristina. Na época, os assessores de Hillary decidiram apostar em sua longa experiência política como estratégia de marketing. A decisão foi apontada como um erro, responsável por reforçar sua imagem elitista e afastá-la dos seus eleitores – ela acabaria perdendo a indicação do Partido Democrata para Barack Obama.
Diante disso, a Hillary 2.0, como foi batizado o projeto de reformulação de sua imagem, deve se apresentar mais “gente como a gente” nesta campanha. Em vez de aparecer apenas em debates e encontros políticos, a ex-primeira-dama, que cobra até 200.000 dólares por uma palestra, deve mostrar mais o seu lado descontraído e engraçado.
Juntas, Hillary e Kristina terão que ganhar o eleitorado feminino, capaz tanto de turbinar quanto derrubar sua candidatura. Uma das pechas que a campanha terá de combater é a de que Hillary é manipuladora e deve sua carreira ao marido, o ex-presidente Bill Clinton. De acordo com análise do jornal americano Financial Times, para conquistar o voto feminino, Hillary e sua equipe terão que ir além da discussão de gênero e focar na principal questão do país: a estagnação econômica da classe média.