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Tibetanos denunciam que Lhasa está sob lei marcial não declarada pela China

Por Da Redação
31 Maio 2012, 08h26

Alberto Masegosa.

Nova Délhi, 31 mai (EFE).- As autoridades chinesas realizaram detenções maciças na capital do Tibete, Lhasa, depois que foram registrados os primeiros sacrifícios voluntários na cidade, que se encontra sob lei marcial não declarada, segundo denunciou nesta quinta-feira o exílio tibetano.

‘As tropas reforçaram sua presença militar, realizaram detenções maciças e redobraram todas as restrições… Lhasa se encontra sob lei marcial não declarada’, afirmou à Agência Efe o porta-voz do exílio tibetano em Nova Délhi, Tempa Tsering.

Segundo Tsering, entre os detidos estão testemunhas que viram dois monges atearem fogo em seus próprios corpos – um deles morreu e o outro está gravemente ferido – na primeira ocasião em que se estendeu a Lhasa a atual onda de imolações contra a ocupação chinesa.

O porta-voz do exílio tibetano disse que ainda é impossível conhecer o número de detidos pelas autoridades de Pequim, que de acordo com a emissora ‘Radio Free Asia’ também expulsaram da cidade pelo menos 600 pessoas desde o protesto do domingo.

A emissora detalhou que a maioria dos expulsos não reside habitualmente em Lhasa, como era o caso dos monges que se atearam fogo há quatro dias, um dos quais procedia da província de Gansu e o outro da de Sichuan.

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A campanha de detenções – que Tsering afirmou se centrar principalmente em Lhasa, mas que se estendeu a outras cidades com população tibetana – não impediu que ontem ocorresse um novo sacrifício voluntário, dessa vez de uma mãe de três filhos.

Segundo aparece hoje no site da organização não governamental ‘Free Tibet’, a mulher, identificada como Rechok, tinha mais de 30 anos e ateou fogo no próprio corpo na frente do mosteiro de Jonang Dzamthang, na localidade de Barma.

O site indica que Rechok tinha passado vários dias nas montanhas, cuidando do gado de sua família, antes de dirigir-se ‘especificamente para esta cidade, para sacrificar-se’.

O ‘Free Tibet’ acrescenta que os restos da mulher se encontram no mosteiro à espera de receber as honras fúnebres.

Na província de Siachen, Barma já foi palco em abril da imolação de dois jovens tibetanos, que morreram após se atearem fogo diante de um edifício governamental da localidade.

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Com os últimos sacrifícios voluntários se aproxima de 40 o número de tibetanos que atearam fogo em seus próprios corpos desde o ano passado para protestar pela ocupação chinesa de Tibete.

Segundo fontes do exílio tibetano, 30 deles morreram e os demais sobreviveram, mas vivem agora com graves sequelas.

O sucessor político do Dalai Lama e primeiro-ministro tibetano, Lobsang Sangay, declarou no início deste mês que a onda de imolações é protagonizada por ‘uma nova geração’, nascida sob ocupação e que cresceu sob o sistema educacional imposto por Pequim.

‘Isso demonstra que algo vai mal seis décadas depois da ocupação chinesa’, declarou o primeiro-ministro tibetano, que não descartou a continuidade dos sacrifícios, mas assegurou que as autoridades tibetanas não incitam esse tipo de ação de protesto.

‘Ao contrário do que diz a China, as imolações não obedecem a nenhuma consigna, são atos que não têm relação entre si’, apontou Sangay em entrevista à Efe na cidade de Dharamsala, sede do governo tibetano no exílio, no norte da Índia.

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‘São atos individuais… mas de alto conteúdo político’, concluiu. EFE

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