Suíços aprovam cotas imigratórias para cidadãos da UE
Resultado do referendo foi criticado por empresas e associação de bancos
Eleitores suíços aprovaram neste domingo por estreita margem a proposta para reintroduzir cotas de imigração para cidadão da União Europeia (UE), afirmou a televisão suíça, um resultado que põe em dúvida acordos bilaterais com a UE e poderá irritar empresas multinacionais. Enquanto a neutra Suíça não é um país membro da UE, sua política de imigração é baseada na livre circulação de pessoas dentro do bloco europeu, bem como permite a entrada de um número restrito de cidadãos de outros países que não pertencem à comunidade europeia.
A votação, feita doze anos depois que um acordo com a UE sobre a livre circulação de pessoas entrou em vigor, poderá prejudicar uma economia dependente de profissionais estrangeiros, aumentar a burocracia e ameaçar acordos bilaterais. Em uma votação apertada, 50,3% apoiaram a chamada iniciativa “Pare a imigração em massa”, que também conquistou a maioria exigida em mais da metade dos cantões ou regiões suíças, informou a televisão local.
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O resultado obriga o governo a transformar a iniciativa, liderada pelo direitista Partido do Povo Suíço, em lei. O resultado reflete a crescente preocupação entre a população suíça de que os imigrantes estariam minando a distinta cultura alpina do país e contribuindo para o aumento de aluguéis, lotação de transportes e mais crimes.
Os opositores da medida dizem que ela pode exacerbar a escassez de trabalhadores qualificados na Suíça, sede da Roche, Novartis, UBS, Nestlé e de outras multinacionais cheias de profissionais estrangeiros. “Conversas explicativas e construtivas com a UE são necessárias com urgência”, afirmou a Associação de Bancos Suíços em mensagem no Twitter após o resultado.
(Com agência Reuters)