Rebeldes rejeitam acordo da UA para encerrar guerra civil

Kadafi havia concordado com a proposta, mas insurgentes pedem sua renúncia

Por Da Redação
11 abr 2011, 13h52

No front de Ajdabiyah, no leste da Líbia, insurgentes se preparam para avançar rumo ao oeste (AFP/VEJA)

Apesar de Muamar Kadafi ter concordado com o plano da União Africana (UA) para encerrar a guerra civil, os rebeldes disseram nesta segunda-feira que não pode haver acordo a menos que ele renuncie, e não houve sinais de diminuição dos combates. No mesmo dia, os insurgentes na cidade sitiada de Misrata, no oeste líbio, declararam que as forças de Kadafi dispararam foguetes Grad russos contra eles, enquanto se preparavam para avançar no leste.

Também nesta segunda, Jacob Zuma, presidente da África do Sul e chefe de uma missão de paz da UA, havia dito que Kadafi aceitou um “mapa do caminho” da paz, incluindo um cessar-fogo, após conversas em Trípoli. Um porta-voz do enclave rebelde de Bengasi disse que a oposição irá analisar o plano, mas que Kadafi precisa encerrar seu governo de 41 anos. “O povo líbio deixou claro que Kadafi precisa sair, mas iremos considerar a proposta assim que tivermos maiores detalhes, e responder”, afirmou o porta-voz Mustafa Gheriani.

Negociações – Autoridades líbias vêm repetindo que o ditador não irá renunciar. A delegação da UA que foi a Bengasi para debater com os líderes rebeldes nesta segunda-feira foi recebida por mais de mil manifestantes com cartazes dizendo: “Libertem-nos de Kadafi” e “Kadafi cometeu genocídio”. Gheriani demonstrou surpresa por Zuma não ter viajado a Bengasi com os quatro outros chefes de Estado africanos. Zuma disse que tinha assuntos urgentes em outro local.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que bombardeia as forças de Kadafi sob um mandato da Organização das Nações Unidas para proteger civis, emitiu uma resposta evasiva ao apelo de Zuma para que os aliados interrompam os ataques aéreos “para dar uma chance ao cessar-fogo”. A instituição declarou somente ter tomado nota da proposta, e que sempre deixou claro não haver uma solução puramente militar à guerra civil. O comunicado não fez menção ao pedido de Zuma pelo fim dos bombardeios.

Continua após a publicidade

Ataques – No front de Ajdabiyah, no leste da Líbia, os insurgentes se preparavam para avançar rumo ao oeste após repelir um violento ataque do governo no domingo. Eles enterraram os corpos carbonizados de soldados de Kadafi mortos nos ataques aéreos nas imediações da cidade e disseram ter recebido ordens de esperar até o meio dia para avançar porque novos bombardeios da Otan eram esperados.

(Com agência Reuters)