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Putin diz apoiar ação na Síria se ataque químico for provado

Presidente russo exige que provas sejam 'convincentes' e ação seja autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU. Ataque unilateral, afirma, é 'agressão'

Por Da Redação
4 set 2013, 06h13

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira pela primeira vez que não descarta aceitar uma ação militar contra o regime do ditador sírio Bashar Assad, mas para isso exige provas “convincentes e específicas” demonstrado que foi o governo da Síria o responsável pelo uso de armas químicas contra a população no massacre ocorrido na periferia de Damasco em 21 de agosto. Aliada e parceira comercial da Síria, a Rússia vem se opondo a qualquer intervenção no conflito sírio desde o início da guerra civil no país, há mais de dois anos.

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Em entrevista à televisão estatal russa Canal 1 e à agência de notícias Associated Press, Putin ainda colocou uma outra condição para apoiar a ação defendida pelos Estados Unidos: que o uso de força militar “contra um país soberano” seja autorizado pelo Conselho de Segurança da ONU, a quem as provas devem ser apresentadas. “E estas (as provas) dever ser convincentes. Não devem se basear em rumores ou informações obtidas por serviços secretos de escutas de conversas”, ressaltou, buscando desacreditar as evidências apresentadas pelos EUA até agora. Para o presidente russo, todas as outras vias de intervir na crise síria – como um ataque unilateral punitivo comandado pelos americanos – são “inadmissíveis e só podem ser qualificadas de agressão”.

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Se houver uma prova clara de quais armas foram utilizadas e de quem as usou, disse Putin, a Rússia “estará pronta para agir da forma mais decisiva e séria”. Respondendo se Moscou iria continuar fornecendo armamento ao regime sírio, ele afirmou: “Se tivermos dados objetivos, exatos, sobre quem cometeu esses crimes (o uso de armas químicas), então haverá uma reação. Dizê-lo agora, de antemão, seria incorreto, assim não se atua em política”. Putin confirmou que a Rússia entregou alguns componentes dos sistemas de mísseis S-300 para a Síria, mas as entregas foram “suspensas”. Ele acrescentou que, em qualquer caso, a Rússia ocupará por princípio a postura que “consiste em que o uso de armas de aniquilação em massa é um crime”.

Rebeldes – O presidente da Rússia acrescentou que inclusive nos EUA há especialistas que consideram que as provas apresentadas pelo governo americano não são sólidas o bastante e que não eliminam a possibilidade de que o ataque químico do dia 21 de agosto nos arredores de Damasco tenha sido provocado pela oposição ao regime de Assad.

“Surgem outras perguntas. Se ficar demonstrado que a guerrilha usou armas químicas, o quê os EUA farão com os guerrilheiros? Que farão com os guerrilheiros seus patrocinadores? Deixarão de fornecer-lhes armas? Lançarão operações militares contra eles?”, provocou Putin.

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Ele insistiu que não há dados exatos do que aconteceu na Síria e que Moscou parte da base de que “se alguém tem antecedentes que se usaram armas químicas e que foram usadas pelas tropas regulares deve apresentar as provas no Conselho de Segurança da ONU”.

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EUA – Na sexta-feira passada, o secretário de Estado americano, John Kerry, apresentou o relatório dos Estados Unidos sobre o uso de armas químicas no ataque químico perto de Damasco. Segundo ele, a inteligência americana apontou 1 429 sírios mortos, incluindo ao menos 426 crianças. Kerry afirmou ainda que informações recolhidas por satélites apontaram que os ataques partiram de áreas controladas pelo regime e foram lançados apenas contra posições controladas por opositores. Além disso, os EUA afirmaram que amostras de cabelo e sangue de vítimas deram positivo para uso de gás sarin.

Depois de indicar que um ataque poderia ser lançado a qualquer momento, o presidente Barack Obama decidiu no sábado pedir a autorização ao Congresso dos Estados Unidos antes de intervir no país árabe. Na noite desta terça-feira, a Comissão de Relações Exteriores do Senado americano divulgou uma prévia da resolução que respalda a proposta de Obama de reagir militarmente ao uso de armas químicas no massacre na Síria.

O texto determina que uma intervenção militar no país terá um limite de sessenta dias, com a possibilidade de Obama estender o prazo por mais trinta mediante uma notificação ao Congresso. Além disso, o documento exclui a opção de o presidente optar pelo envio de tropas terrestres durante a ofensiva contra alvos estratégicos do ditador Bashar Assad.

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Os debates sobre o proposta devem começar nesta quarta-feira, mas uma votação que autorize o governo Obama a intervir na Síria só está prevista para a semana que vem, após o fim do recesso parlamentar do Congresso americano.

(Com Estadão Conteúdo e agência EFE)

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