Primeiro-ministro turco estuda o retorno da pena de morte
A Turquia aboliu a prática em 2002, no quadro das reformas exigidas pela UE
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, considera implantar novamente no país a pena capital para crimes relacionados ao terror, uma década depois de o país ter abolido a prática. Analistas políticos acusam Erdogan de populismo antes das eleições presidenciais de 2014, para as quais é esperado que o premiê se candidate.
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“A autoridade (de perdoar um assassino) pertence à família de quem foi assassinado, não a nós”, afirmou o premiê em um discurso no domingo. “Nós precisamos fazer os ajustes necessários.” Citando os regimes de pena de morte na China, Japão, Rússia e em alguns estados americanos, Erdogan disse que a Turquia precisa rever seu posicionamento.
Na semana passada, o primeiro-ministro trouxe a questão à tona em relação ao caso do preso Abdullah Ocalan, líder da rebelião armada curda. Ocalan foi acusado de traição e condenado à forca em 1999. Porém, a sentença foi alterada para prisão perpétua em outubro de 2002, depois de a Turquia abolir a pena capital sob pressão da União Europeia – o país busca uma vaga na UE.
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No sábado, parlamentares do partido pró-curdo Paz e Democracia (BDP) aderiram à manifestação. Cerca de 45.000 pessoas – a maioria curdos – já foram mortas nos confrontos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O partido é considerado uma organização terrorista pelo governo de Erdogan e por boa parte da comunidade internacional.