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Partido do governo vence eleições na África do Sul

Com a maioria garantida no Congresso, Jacob Zuma será reeleito para um segundo mandato. Presidente enfrenta acusações de corrupção

Por Da Redação
9 Maio 2014, 08h22

O Congresso Nacional Africano (CNA), que governa a África do Sul desde o fim do regime de apartheid, em 1994, venceu com 62,5% dos votos as eleições gerais, informaram as autoridades eleitorais do país nesta sexta-feira. O candidato populista Julius Malema foi a grande surpresa e seu partido, Combatentes pela Liberdade Econômica (CLE), recebeu mais de um milhão de votos. De acordo com a legislação sul-africana, depois de tomarem posse, em 21 de maio, os 400 novos congressistas devem eleger o presidente. Como o CNA tem a maioria dos votos, o atual presidente Jacob Zuma, no poder desde 2009, será reeleito para seu segundo mandato.

Após a apuração de 95% das urnas, o CNA tinha 62,5% dos votos, uma ampla maioria, mas menor do que o resultado obtido nas eleições de 2009, quando atingiram 65,9% na preferência dos eleitores sul-africanos. O resultado das eleições demonstra que a população sul-africana relevou o baixo crescimento econômico e as denúncias de corrupção que atingiram o CNA e o próprio Zuma.

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A segunda maior economia da África enfrentou dificuldades para se recuperar da recessão de 2009 – a sua primeira desde o fim do apartheid – e os esforços do CNA para estimular o crescimento e lidar com os 25% de desemprego falharam. O principal organismo anticorrupção do país acusou Zuma neste ano de “se beneficiar irregularmente” de uma reforma paga pelo Estado em sua casa particular na cidade de Nkandla no valor de 23 milhões de dólares (cerca de 60 milhões de reais).

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O escândalo da reforma em sua propriedade expôs a divisão entre líderes atuais e antigos do CNA, em especial Nelson Mandela, primeiro presidente negro do país. Os críticos ao CNA, que inicia a sua terceira década no poder, acreditam que a longevidade no poder corrompeu a alma do antigo movimento de libertação de 102 anos de existência. “Não é necessariamente a enorme quantia paga pelo poder público o aspecto mais corrupto do caso envolvendo a propriedade rural de Zuma”, afirmou o jornal Business Day em um editorial nesta semana. “É a forma como este negócio miserável envolveu tantos outros: ministros, burocratas, autoridades de partido e, à medida que a eleição se aproxima, seguidores comuns”, concluiu o texto.

Caio Blinder: A África do Sul no pós pós-apartheid

Depois do partido governante, aparece a principal formação de oposição, Aliança Democrática, com 22% dos votos, resultado superior aos 16,7% obtidos em 2009. O partido radical populista de Julius Malema, CLE, superou com 6,1% a barreira simbólica de um milhão de votos. As pesquisas apontavam um resultado inferior a 5%. Entre os grandes perdedores das eleições está o Congresso do Povo, um partido criado após dissidências no CNA, mas que recebeu apenas 0,7% dos votos, contra 7,4% em 2009, em consequência das disputas internas. A intelectual Mamphela Ramphele, que se apresentou como uma alternativa liberal negra ao ANC, não atingiu 0,3% dos votos. A taxa de participação ficou em 73,1%, de acordo com dados provisórios da comissão eleitoral.

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(Com agência France-Presse)

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