ONU precisará de dois anos para conhecer efeitos de Fukushima
Secretário do Unscear descreve Fukushima como um "Chernobyl em câmera lenta", em que a radiação é menor, mas o período de emissão mais longo
Os efeitos para a saúde humana e o meio ambiente causados pelas emissões radioativas do acidente nuclear da usina de Fukushima, no Japão, demorarão pelo menos dois anos para serem avaliados em profundidade. A afirmação é do Comitê Científico da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Efeitos da Radiação Atômica (Unscear), que se pronunciou nesta quarta-feira em Viena. A instabilidade da central nuclear foi causada por um terremoto e tsunami que atingiram o Japão no mês passado.
Wolfgang Weiss, presidente do organismo, disse que, apesar da experiência acumulada em acidentes como o de Chernobyl, na Ucrânia, e dos dados de que já dispõe, a “situação nos reatores ainda é instável e ninguém sabe o que acontecerá amanhã”. “Temos muitas informações, mas nem sempre as que gostaríamos de ter”, explicou o especialista alemão.
Weiss anunciou que o Unscear iniciará um programa de avaliação, com especial interesse nos trabalhadores que tentam controlar o problema da usina nuclear.
Além disso, serão analisados possíveis problemas à tireóide no caso de crianças, um risco que existe, conforme reconheceu Weiss. “O único efeito provado após Chernobyl foi câncer de tireóide em crianças”. Weiss tranquiliza a população dizendo que os testes realizados pelas autoridades japonesas até agora mostram que nenhuma criança foi submetida a um nível de radiação superior ao “aceitável”.
(Com agência EFE)