Obama considerou declarações de Ahmadinejad ‘ultrajantes’
Iraniano aproveitou palanque para dizer que EUA estão por trás do 11/09
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ficou indignado e ofendido com o discurso do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, feito na 65ª Assembleia Geral da ONU, na quinta-feira, em Nova York. A reação de Obama foi revelada nesta sexta-feira por um alto funcionário do governo americano. “O presidente achou os comentários ultrajantes e ofensivos, particularmente dada a proximidade que estamos do Marco Zero”, disse o informante. O Marco Zero é o local onde ficavam as Torres Gêmeas, um dos alvos do atentado de 2001, atribuído à rede terrorista Al-Qaeda.
Ahmadinejad aproveitou seu direito de discursar como chefe de Estado para causar polêmica e lançar ofensas. Ele afirmou que o governo americano teve envolvimento nos atentados de 11 de setembro de 2001 e que a maioria dos americanos, bem como pessoas de outros países, acreditavam que o governo de Washington estava por trás dos ataques que mataram quase 3.000 pessoas. Após as declarações, a delegação americana liderou uma saída de diplomatas ocidentais da sala onde ocorria a reunião.
A audácia do presidente iraniano não parou por aí. Disse, ainda, que há uma teoria segundo a qual “alguns segmentos dentro do governo dos EUA orquestraram o ataque para reverter a economia americana em declínio e reforçar sua posição no Oriente Médio, também para salvar o regime sionista” e que o país criou “uma máquina de propaganda” logo após o episódio com o único intuito de invadir o Afeganistão e o Iraque.
A primeira reação partiu do porta-voz da missão americana na ONU, Mark Kornblau. “Em vez de representar as aspirações e a boa vontade dos iranianos, Ahmadinejad quis, mais uma vez, divulgar suas teorias vulgares de conspiração e seus comentários antissemitas, que são tão repugnantes e ilusórios quanto previsíveis”, criticou.
As provocações de Ahmadinejad foram feitas logo depois do discurso de Obama, que dedicou-se a falar da relação com o Oriente Médio. Especificamente sobre o Irã, Obama fez questão de destacar que “a porta da diplomacia segue aberta”, mas exigindo que o país cumpra seus compromissos internacionais e renuncie ao enriquecimento de urânio.
(Com Agência Estado)