Mubarak aumenta salário de funcionários públicos
Medida é uma tentativa de aumentar o apoio ao presidente em meio aos protestos de rua que pedem sua renúncia
O Egito decidiu conceder um aumento de 15% nos salários e pensões de funcionários públicos, numa tentativa de aumentar o apoio ao governo de Hosni Mubarak em meio aos protestos de rua que pedem sua renúncia. A decisão desta segunda-feira foi tomada durante a primeira reunião de gabinete desde que a crise teve início, duas semanas atrás.
O ministro de Finanças, Samir Radwan, diz que cerca de 6,5 bilhões de libras egípcias (960 milhões de dólares) serão alocados para cobrir as novas despesas. O aumento salarial passará a valer em abril e vai atingir cerca de 6 milhões de funcionários públicos.
O governo de Mubarak tem contado com o apoio político do funcionalismo público. Houve confrontos entre grupos pró-governo e opositores nas ruas do país. Milhares de manifestantes prometeram não deixar o coração do centro do Cairo até que Mubarak renuncie.
Rotina – O Egito tenta retomar sua rotina após duas semanas consecutivas de protestos violentos contra Mubarak. Nesta segunda-feira, os bancos reabriram, mas as escolas e a bolsa de valores ainda permanecem fechadas. Os manifestantes também têm impedido que prédios importantes do governo voltem a funcionar.
A retomada dos negócios na bolsa foi adiado por 24 horas, quando o governo tentou vender 2,5 bilhões de dólares em dívidas de curto prazo, após o cancelamento dos leilões na semana passada. É uma tentativa de revitalizar uma economia que está perdendo pelo menos 310 milhões de dólares por dia.
O clima de tensão nas ruas ainda está longe de ser considerado tranquilo. Após a reunião entre oposição e governo – que não surtiu nenhum resultado -, o dia começou tenso, com o lançamento de quatro foguetes contra um quartel da polícia na cidade de Rafah. Uma pessoa ficou ferida no ataque, cujos responsáveis ainda não foram identificados.
Manifestações – Enquanto isso, a praça Tahrir, no centro do Cairo, segue tomada por manifestantes. Os grupos de jovens que iniciaram a revolta contra Mubarak formaram uma coalizão e anunciaram que não pretendem desocupar a praça até que suas reivindicações sejam atendidas. E a principal delas é que Mubarak deixe o cargo que ocupa há 30 anos.
O comunicado da Direção Unificada dos Jovens Revolucionários Revoltados foi divulgado um dia depois que o primeiro-ministro do país, Ahmed Shafiq, reafirmar que Mubarak continuará no poder “até o final de setembro”, enquanto o governo articula um processo de transição.
(Com agência Estado)