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Marechal Sisi vence eleição no Egito com 92% dos votos

Comparecimento foi de 44,4%, apesar de prorrogação para estimular eleitores

Por Da Redação
29 Maio 2014, 07h13

O marechal Abdel Fatah Sisi, ex-chefe do Exército do Egito, teve uma vitória arrasadora na eleição presidencial e recebeu mais de 92% dos votos, anunciou a direção de sua campanha nesta quarta-feira. Segundo dados não oficiais, mas que devem ser confirmados pela Justiça, Sisi recebeu 23,38 milhões de votos, enquanto seu único oponente, o jornalista de esquerda Hamdeen Sabahi, teve 735,2 mil. A apuração está praticamente finalizada.

Segundo o Judiciário do país, apenas 44,4% dos cerca de 54 milhões de eleitores aptos a votar compareceram às urnas entre segunda e quarta-feira. Inicialmente o prazo para a votação deveria durar dois dias, mas a eleição foi prorrogada em mais um dia numa tentativa de estimular o comparecimento – e assim ajudar o candidato dos militares. Homem forte do Egito, Sisi ganhou proeminência na sociedade egípcia a partir de julho do ano passado, quando liderou o golpe que derrubou o ex-presidente Mohamed Mursi. Com a sua vitória nas eleições, o Egito volta novamente a ter um presidente ligado aos militares, que dominaram a vida política do país nos 59 anos anteriores à eleição de Mursi, em 2012.

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Desde o início da campanha Sisi foi considerado o favorito. No cargo de ministro da Defesa, ele desempenhou um papel de “protetor” do governo provisório instalado após a queda de Mursi e comandou os esforços para sufocar os radicais islâmicos no país, especialmente os integrantes da Irmandade Muçulmana. Diversos partidos de oposição afirmaram que o processo eleitoral careceu de transparência. O opositor Hamdeen Sabahi recebeu apenas 3,8% dos votos, bem abaixo dos 21.5% que teve nas eleições de 2012, quando concorreu contra Mursi.

Campanha – Inicialmente, Sisi afirmou que só seria candidato se “o povo” pedisse. Uma encenação, já que o marechal começou a organizar o apoio para a candidatura no ano passado. Assim que começou a campanha eleitoral, o marechal passou a divulgar seus planos para o cargo. Ele afirmou que pretende continuar a perseguição contra a Irmandade Muçulmana, o grupo político religioso que dava sustentação a Mursi, até que ela seja erradicada.

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Analistas afirmaram ao longo do processo eleitoral que um baixo apoio nas eleições – o que acaba se confirmando tendo em vista a abstenção de mais da metade do eleitorado – poderia significar que a legitimidade de Sisi como chefe de Estado da nação árabe mais populosa do mundo ficaria prejudicada, tanto dentro de seu país quanto internacionalmente. Antes do início da votação, o marechal havia previsto o comparecimento de 40 milhões de pessoas, algo equivalente a 80% do eleitorado egípcio. A estimativa otimista falhou com sobras, já que menos de 25 milhões foram às urnas, mesmo após o Ministério da Justiça chegar a ameaçar multar em 500 pesos egípcios (160 reais) os eleitores que não comparecessem.

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Analistas creditam o baixo comparecimento ao boicote de membros da Irmandade Muçulmana e ao temor de que ataques terroristas poderiam ser perpetrados contra os postos de votação. Contra atentados, um forte esquema de segurança foi preparado, com 250.000 homens protegendo locais que poderiam ser alvos dos radicais. Outro ponto que custou o apoio dos egípcios a Sisi foi um discurso feito às vésperas da eleição. A fim de trazer alguma estabilidade para o caótico país, o militar afirmou que seu governo será marcado pela austeridade, uma mensagem que soou ridícula no país em que 85 milhões de pessoas estão estagnadas na linha de pobreza. Em janeiro, o referendo constitucional que ocorreu no país também teve uma aprovação esmagadora do eleitorado. Mais de 98% dos eleitores que votaram pelo “Sim” à nova Constituição. Mas também nesse caso o comparecimento ficou abaixo das expectativas. Só 38,6% dos eleitores compareceram.

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