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Governo tunisiano recusa pedidos de renúncia da oposição

O premiê Ali Larayedh disse que seguirá no cargo até as eleições de dezembro. Presidente decreta luto oficial depois da morte de oito soldados em emboscada

Por Da Redação
29 jul 2013, 22h43

O primeiro-ministro tunisiano Ali Larayedh afirmou nesta segunda-feira que não atenderá aos pedidos de renúncia feitos pela oposição. O premiê declarou em discurso que cumprirá o mandato interino até as eleições previstas para 17 de dezembro, informou a rede britânica BBC. A declaração foi uma resposta aos protestos contra o governo depois do assassinato do opositor Mohamed Brahmi, morto a tiros em frente à sua casa, na última quinta-feira.

Pouco depois do discurso, um porta-voz da presidência anunciou que pelo menos oito soldados foram mortos em uma emboscada na região de Monte Chaambi, fronteira noroeste do país, na divisa com a Argélia, uma área onde as tropas da Tunísia buscam terroristas ligados à Al Qaeda. Há relatos de que alguns dos soldados foram degolados. O presidente Moncef Marzouki imediatamente determinou três dias de luto nacional.

Em um discurso transmitido pela TV, Marzouki fez um chamado à união no país. “Em todos os países do mundo, quando o estado enfrenta um ataque terrorista, as pessoas se unem. Mas eu não vejo nada assim acontecendo na Tunísia. Tudo o que eu vejo são divisões e caos. Eu chamo todos os políticos para, neste momento histórico, se unirem em defesa da nação”.

Em fevereiro, o assassinato de outro opositor, Chokri Belaid, resultou em grandes protestos que forçaram a queda do então premiê Hamadi Jebali. A morte de Brahmi também desencadeou manifestações e o governo culpou um grupo salafista pelo crime. Os protestos completaram cinco dias nesta quinta-feira, com confrontos entre manifestantes e policiais em Sidi Bouzid, a cidade onde o vendedor de frutas Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em protesto por ter sido proibido de trabalhar como ambulante. Seu gesto desesperado ocorreu no dia 17 de dezembro de 2010 e desencadeou uma onda de manifestações que acabou por derrubar o ditador Zine El Abidine Ben Ali, no poder havia 23 anos.

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Um dos menores partidos da coalizão governista, o Ettakatol, uniu-se ao chamado da oposição por um governo de consenso, sem, no entanto, abandonar a coalizão. Parte dos integrantes da Assembleia Nacional Constituinte está boicotando os procedimentos, sem renunciar aos mandatos, informou o jornal The New York Times.

Histórico – Desde a revolução de 2011, a Tunísia é comandada por um governo de transição liderado pelo Ennahda, organização com ideologia similar à da Irmandade Muçulmana, que venceu as eleições de outubro de 2011 e ficou com 40% das cadeiras no Parlamento que se encarregaria de montar um governo de transição e de redigir uma nova Constituição – ainda não concluída. Vendeu-se como um grupo islâmico “moderado”, ao montar um governo de coalizão com dois partidos seculares. Mas é criticado por opositores por permitir um crescimento da islamização no país e tolerar grupos extremistas.

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