Governo americano critica discurso do presidente sírio
Bashar Al-Assad responsabilizou ‘conspiradores’ por protestos no país
O governo dos Estados Unidos criticou o discurso do presidente da Síria, Bashar Al-Assad, nesta quarta-feira, responsabilizando “conspiradores” pelos protestos no país. O pronunciamento foi o primeiro do governante desde o início das manifestações, quase duas semanas atrás.
Para Washington, o discurso desta quarta ficou aquém das expectativas do povo sírio, que esperava mudanças econômicas e democráticas no país. De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner, o estado de emergência – vigente na Síria desde 1963 – deve ser revogado imediatamente. Ele informou ainda que os Estados Unidos estão preocupados com a violência no país.
O discurso de Bashar foi realizado diante do Parlamento e não ofereceu nenhuma concessão aos manifestantes, como era esperado. “Tentamos atender às demandas do povo, mas não podemos apoiar o caos”, disse o presidente sírio. Logo após o pronunciamento, moradores da cidade portuária de Lakatia disseram que tropas do governo abriram fogo durante um protesto.
Revolta – O discurso ocorreu um dia após a renúncia de Mohamed Naji Otri – nomeado chefe do Executivo em 2003 – e pouco depois da adoção de várias medidas para tentar frear os protestos. Entre elas, a libertação de presos políticos, o aumento dos salários dos funcionários e a redução dos impostos sobre a renda.
A supressão da lei de emergência, imposta após o golpe de estado que levou o partido governista Baath ao poder, é uma das principais reivindicações dos manifestantes, assim como obter maior liberdade política.
Nos últimos dias, mais de 100 pessoas, incluindo dezenas de ativistas da oposição, morreram em protestos na Síria. O regime de Damasco acusa forças estrangeiras não identificadas de fomentar essas manifestações para criar instabilidade na região.
Entenda a relação entre os protestos nos diferentes países do Oriente Médio:
(Com agência Estado)