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Funerais se convertem em grande protesto no Bahrein

Mais de 15.000 pessoas se reuniram pedindo o fim do governo de Al-Khalifa

Por Da Redação
18 fev 2011, 10h53

“Nem xiitas, nem sunitas. Unidade nacional”, pedem os manifestantes

Funerais de vítimas de confrontos com a polícia se transformaram, nesta sexta-feira, na maior manifestação até o momento contra o governo do Bahrein, no golfo Pérsico. Mais de 15.000 pessoas se reuniram, muitos carregando cartazes e cantando slogans de oposição ao xeque Hamad bin Isa Al-Khalifa. As demandas iniciais por reformas constitucionais evoluíram para um pedido maior: a remoção da dinastia sunita que está no poder há mais de 200 anos.

Em cinco dias de protestos consecutivos, seis manifestantes morreram, segundo a oposição – quatro deles na quarta-feira, quando participavam de uma vigília pacífica na Praça da Pérola. “Nem xiitas, nem sunitas. Unidade nacional” e “Sunitas e xiitas são irmãos” eram algumas das palavras de ordem que gritavam os manifestantes que assistiam ao enterro, segundo testemunhas. Outros iam mais além, pedindo a queda do regime em meio à cerimônia fúnebre.

As forças de segurança não interferiram nas manifestações, mas tanques foram posicionados em locais estratégicos da capital Manama. O ministro do Interior, Rashed bin Abdullah Al-Khalifa, disse que os soldados tomariam quaisquer medidas necessárias para preservar a segurança do país. O Ocidente, por sua vez, pediu cautela na repressão.

Violência – O governo já admitiu três mortes, mas acusa jornalistas de exagerarem sobre a violência. A administração defendeu o uso da força para proteger o interesse nacional. As monarquias vizinhas do Golfo Pérsico demonstraram apoio à violenta resposta oficial. Já os parlamentares do bloco Al-Wafaq, que ocupa 18 das 40 cadeiras da Câmara dos Deputados, afirmaram que irão renunciar em massa, em solidariedade aos manifestantes.

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“Nós precisamos mudar este governo agora. O povo não vai parar de tentar conseguir seus direitos. Se (o governo) usa a força dessa forma, ele perde”, afirmou o xeque Ali Salman, líder do Al-Wafaq, principal bloco da oposição, enquanto caminhava em meio aos caixões carregando uma bandeira nacional.

Posição estratégica – O Bahrein, pequeno arquipélago do Golfo com 1 milhão de habitantes, é governado por uma dinastia sunita, embora a maioria de sua população seja formada por muçulmanos xiitas. Ainda que o próprio país explore pouco petróleo, seus vizinhos são alguns dos maiores produtores da matéria-prima no mundo.

Sua posição estratégica no Golfo, perto de Arábia Saudita, Catar e Irã, fez dele um aliado de longa data dos Estados Unidos. A Quinta Frota dos EUA, força naval deslocada para Oriente Médio e leste da África, está sediada no Bahrein. Os protestos no país são inspirados nos levantes ocorridos na Tunísia e no Egito, que acabaram com a deposição de seus governos.

(Com agências Estado e France-Presse)

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