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Evo Morales prega “nacionalização” dos recursos naturais e diz que Bolívia é “exemplo”

Presidente, que expropriou filial de empresa espanhola, aconselha países a seguir seu exemplo e diz que economia verde é "neocolonialismo", mostrando que ignora tanto o mercado como a sustentabilidade

Por Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
21 jun 2012, 12h41

“É uma experiência. Os países da África e os países pobres do mundo precisam nacionalizar os seus serviços”, recomendou Morales, consumindo o precioso tempo da conferência

Uma marca das grandes conferências internacionais é seu pluralismo: a partir do momento em que um chefe de estado ou diplomata assume o microfone, fala o que bem entende, sem necessariamente se ater ao tema central do debate. Em nome da democracia, vale tudo. Evo Morales, por exemplo, o presidente boliviano que expropriou a filial da Rede Elétrica Espanhola (REE), usou o precioso tempo de microfone da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável para expor sua visão do tema. Para Morales, a “nacionalização dos recursos naturais” em seu país deveria servir de “exemplo” para os outros países. E a economia verde, um debate que tenta estabelecer padrões que não esgotem o meio ambiente, foi classificada pelo presidente amigo de Chávez e Fidel Castro como uma “nova forma de colonialismo”.

Ao apresentar sua visão econômica e seu conceito de “economia verde”, Morales garantiu seu lugar no pódio do absurdo na Rio+20, ao lado de Mahmoud Ahmadinejad, o ditador iraniano que, na véspera, falou em “compaixão” na mesma tribuna ocupada pelo boliviano. No caso do colega iraniano, a reação foi uma retirada, em protesto, dos representantes de Israel. Para Evo, sobrou a indiferença. Afinal, aquela é mesmo a marca de Morales – que ignora tanto o conceito de mercado quanto o de sustentabilidade.

Morales citou o discurso de Fidel Castro na Rio 92 para defender o não pagamento da dívida externa dos países pobres. “Lembro, como líder sindical, que em 1992 ouvimos um homem muito sábio: “Vamos acabar com a fome e não com o homem. Paguemos a dívida ambiental e não a dívida externa”, disse.

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Ao condenar a economia verde, Morales afirmou que ela serve apenas para manter o domínio dos países ricos sobre as riquezas dos países em desenvolvimento. “Querem criar mecanismos de investimento para monetizar e subjugar os nossos recursos. As instituições são submissas e acabamos abrindo mão de nossas riquezas, como vem acontecendo há muitos anos”, afirmou.

Evo foi além: citou o projeto de nacionalização do petróleo da Bolívia como exemplo para que as riquezas da terra sejam utilizadas no combate da pobreza. O presidente disse que os ganhos da companhia passaram de 300 milhões de dólares em 2005 para 3,5 milhões de dólares em 2011, “devido à nacionalização”, e evocou os países em desenvolvimento a seguirem o exemplo boliviano: “É uma experiência. Os países da África e os países pobres do mundo precisam nacionalizar os seus serviços”, recomendou.

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