As autoridades cubanas libertaram no domingo à noite 50 ativistas do grupo opositor Damas de Branco que foram detidas horas antes em Havana, a poucos dias da visita do Papa Bento XVI à ilha, informou uma dissidente.
A líder das Damas de Branco, Berta Soler, e quase todas as demais ativistas detidas foram liberadas e estão em suas casas. Algumas foram “deportadas” para suas cidades de origem, afirmou a integrante do grupo Magaly Norvis Otero Suárez à AFP.
Otero disse que ainda não conseguiu confirmar se as dissidentes que vivem no leste da ilha já estão em casa.
As ativistas foram detidas no domingo quando saíam de uma missa na igreja de Santa Rita ou seguiam para o mesmo templo.
“Berta Soler já foi liberada, quase todas, mas as do leste do país ainda não temos confirmação que estão em suas residências. Foram deportadas de Havana em um ônibus”, disse Otero.
A polícia prendeu no domingo 50 integrantes das Damas de Branco em duas operações, no momento em que os dissidentes aumentam os protestos contra a visita do Papa, que chegará a Cuba em 26 de março procedente do México.
Cerca de 20 Damas de Branco foram detidas depois do meio-dia, enquanto participavam de uma marcha após assistirem à missa na paróquia de Santa Rita, horas depois de outras 33 ativistas terem sido detidas quando se dirigiam à mesma igreja, informou a opositora Oladys Sanabria.
O telefone celular de Berta Soler estava fora de serviço nesta segunda-feira e não foi possível entrar em contato.
As autoridades não informaram sobre a prisão e libertação das opositoras, mas o blog oficialista Yohandry publicou nesta segunda-feira que as “Damas de Branco estão em suas casas. Não existe nenhuma Dama de Branco detida neste momento em Cuba”.
Bento XVI chegará a Cuba na próxima segunda-feira para a primeira visita papal ao país desde a viagem de João Paulo II em 1998, que marcou o fim da era de gelo entre a Igreja e o governo cubano.