Cuba descumpriu prazo de libertação de presos políticos
Treze dissidentes ainda permanecem detidos por se recusarem a ir para o exílio
Familiares de presos políticos e a oposição acusaram o governo cubano de mentir por não ter cumprido o prazo para concluir a libertação de 52 prisioneiros, que expirou no domingo. Treze dissidentes ainda permanecem detidos, por se recusarem a ir para o exílio.
“Somos mulheres cheias de fé. Que o coração dos governantes se compadeça, que cumpram o prometido”, reclamou Laura Pollán, líder das Damas de Branco, movimento organizado por esposas dos presos políticos. Ela alertou ainda que, se não tomarem nenhuma atitude imediata, estarão “enganando” e “brincando” com a Igreja, com a Espanha e com a comunidade internacional.
“A Igreja nos diz para ter esperança, que acredita, assim como a embaixada da Espanha, que eles vão ser libertados, mas eles não sabem de nada. Este governo é muito hermético”, afirmou Pollán, que é casada com Héctor Maseda, um dos presos que se recusa a aceitar o exílio. “Vamos continuar lutando enquanto houver presos políticos pacíficos. Não queremos nenhum deles nas prisões cubanas.”
Acordo – Em julho, após um histórico diálogo com o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, Raúl Castro se comprometeu com a Igreja católica a libertar 52 presos políticos. Esse seria um processo gradual apoiado pela Espanha e deveria seguir um prazo “de no máximo quatro meses”. Trinta e nove dos prisioneiros foram soltos depois de aceitarem viajar para a Espanha, mas 13 permanecem na prisão após rejeitarem o exílio, explicou Bertha Solar, outra líder das Damas de Branco.
(Com agência France-Presse)