Corrida republicana será decidida nos estados moderados

Nesse contexto, Romney pode disparar na corrida por delegados; e a próxima chance é nas primárias desta terça, em Illinois, onde 69 deles estão em disputa

Por Gabriela Loureiro
20 mar 2012, 11h01

Menina exibe cartaz no qual as iniciais de Romney formam: "Restaure a economia de nossa poderosa nação" — Menina exibe cartaz no qual as iniciais de Romney formam: (Chip Somodevilla/AFP/VEJA)

“O maior medo de Romney é que faltem delegados, porque isso daria a possibilidade para outro candidato ganhar mais força em uma convenção de última hora.”

Bruce Cain, professor de Ciência Política da Universidade da Califórnia

A corrida republicana pela nomeação do candidato que disputará a Casa Branca com o presidente Barack Obama em novembro deverá ser decidida nos estados mais moderados e que têm um alto número de delegados em jogo. E quem vai tirar vantagem disso, obviamente, é o candidato que segue esse perfil tão criticado pelos correligionários mais conservadores: o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney. Em seu foco estão as primárias desta terça-feira, em Illinois, com 69 delegados em jogo – as quais deve vencer, segundo apontam as últimas pesquisas. Depois, ele se volta principalmente para Nova York (95 delegados), no dia 24 de abril, e Califórnia (172), em 5 de junho. “A disputa será decidida nesses estados maiores e mais moderados. E acho que, provavelmente em junho, Romney terá os delegados que precisa”, disse ao site de VEJA Bruce Cain, professor de Ciência Política da Universidade da Califórnia.

Apesar de ainda ser um nome controverso dentro do Partido Republicano, Romney vem demonstrando força para vencer em estados indecisos e menos conservadores. O melhor exemplo é Ohio, onde teve uma vitória apertada mas decisiva para o seu bom desempenho na Superterça. “Ganhar em Ohio foi um plus para ele, que estava bem atrás de Santorum algumas semanas antes. Se tivesse perdido, seria simbolicamente ruim. A vitória mostra que, em estados menos conservadores ou indecisos, ele compete melhor”, explica o especialista. Para Cain, o pré-candidato vai colecionar vitórias mais importantes a partir do final de abril, o que deve abrir caminho para que ele conquiste a Califórnia – o estado mais decisivo dos que ainda estão por vir. “No final, acho que a Califórnia será o estado que classificará Romney como o vencedor”, afirma.

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Nomeação – Mas, enquanto a estação de colher os frutos não chega, uma pergunta vem constantemente à tona: e se ninguém conseguir os delegados necessários para a nomeação (1.144)? “O maior medo de Romney é que faltem delegados, porque isso daria a possibilidade para outro candidato ganhar mais força em uma convenção de última hora”, observa o professor. Nesse caso, as regras do partido estipulam que o presidenciável republicano pode ser escolhido por meio de um debate seguido de aclamação em convenção aberta. É um recurso de última instância, usado pela última vez em 1948, quando o candidato era Thomas Dewey. Por isso, o especialista acredita que mesmo com todas as ressalvas, o nome de Romney é que vai prevalecer. “Ele vai vencer. A questão é o custo dessa vitória”, destaca, lembrando que a disputa sangrenta da pré-campanha pode enfraquecer o candidato diante de seu real adversário, o presidente democrata Barack Obama.

Confira, no infográfico abaixo, como está a disputa republicana pela nomeação: