Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coreia do Norte abre era do ‘líder supremo’ Kim Jong-un

Por Da Redação
29 dez 2011, 07h21

Atahualpa Amerise.

Seul, 29 dez (EFE).- O ato em memória de Kim Jong-il pôs fim nesta quinta-feira a era do ‘querido líder’ e abriu a de seu filho e sucessor Kim Jong-un, proclamado ‘líder supremo’ diante de milhares de pessoas na imensa Praça Kim Il-sung de Pyongyang.

Atento e com gesto hierático, o herdeiro do ditador esteve durante toda celebração acompanhando por altas autoridades políticas e militares do regime.

‘Kim Jong-un é o líder supremo de nosso partido, do Exército e do povo por personificar as ideias e liderança, a personalidade, as virtudes, a coragem e o valor de Kim Jong-il’, disse em seu discurso Kim Yong-nam, líder da Assembleia Popular Suprema, sobre o enigmático jovem que vai liderar o país.

A TV estatal ‘KCNA’ mostrou insistentemente imagens de Kim Jong-un durante o ato, o que gerou a expectativa por alguns momentos que o novo líder, que tem menos de 30 anos, poderia pronunciar um discurso na cerimônia lançando luz sobre seus planos para governar um país isolado, imprevisível e com capacidade nuclear.

No entanto, se manteve em silêncio da mesma forma que seu pai durante a celebração fúnebre de 20 de julho de 1994, em homenagem ao fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung.

Nessa ocasião, também foi Kim Yong-nam, então vice-primeiro-ministro do regime, quem convocou o público presente na mesma praça a seguir incondicionalmente Kim Jong-il.

Continua após a publicidade

‘Construiremos uma próspera nação socialista, mantendo em alta estima Kim Jong-un como novo general e líder supremo’, proclamou nesta quinta-feira o octogenário Kim Yong-nam, atualmente número dois do regime.

Seu discurso deu indícios de que o Governo de Kim Jong-un poderia seguir a linha ‘do Exército primeiro’ implementado por seu pai.

A este respeito, Kim Yong-nam assegurou que ‘sob a liderança de Kim Jong-un’, a Coreia do Norte avançará ‘de forma mais dinâmica’ no caminho do ‘Songun’, política desenhada e aplicada pelo falecido Kim Jong-il que consiste em dar prioridade aos assuntos militares no conjunto do Estado.

Por sua vez, o general Kim Jong-gak, considerado uma das figuras emergentes nas elites militares do país comunista, pareceu despejar dúvidas sobre a possível falta de apoio das Forças Armadas ao sucessor, que não tem formação militar.

Nesse sentido, o general, de 70 anos, garantiu que os soldados do Exército Popular da Coreia do Norte ‘protegerão com suas próprias vidas Kim Jong-un’.

As forças armadas norte-coreanas, que somam mais de 1,1 milhão de soldados em uma população total de 24 milhões de pessoas e dominam ao redor de um quarto do Produto Interno Bruto do país, são o principal fiador do poder do regime de corte stalinista governado pela dinastia Kim.

Continua após a publicidade

Na cerimônia desta quinta-feira, a hermética nação despediu-se de Kim Jong-il com a mesma grandiloquência da homenagem feita pela morte de seu fundador, Kim Il-sung.

Milhares de soldados e civis norte-coreanos se reuniram com ordem militar na Praça Kim Il-sung, de 75 mil metros quadrados, enquanto as autoridades ocuparam o alto do balcão da Casa de Estudo do Povo, em ato que se prolongou por algo mais de 1h, a partir das 11h (1h de Brasília).

A cerimônia conclui ao meio-dia com uma salva de tiros e os presentes guardando 3 minutos de silêncio em memória do ditador, que governou o país por 17 anos. Ele morreu aos 63 anos de ataque cardíaco em 17 de dezembro.

Deste modo, a Coreia do Norte fechou nesta quinta-feira a etapa de Kim Jong-il, que entrará para a história por incluir seu país na lista de estados com armamento nuclear e pela sua incapacidade de superar uma crise econômica que se arrasta desde os anos 90 e que obriga a população a depender da ajuda externa para alimentar-se.

Finalizado o luto e aberta uma era nova sob a mesma dinastia, serão as primeiras decisões políticas de Kim Jong-un as que revelarão o caminho de um regime baseado no desmesurado culto à personalidade dos Kim, golpeado pela escassez, ancorado no isolamento e legitimado pelas armas e a propaganda. EFE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.