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Chineses ensaiam sua revolução de jasmim

Conclamadas pela internet, manifestações foram pouco expressivas. Governo demonstrou estar de prontidão

Por Da Redação
20 fev 2011, 18h15

O resultado mostrou que as autoridades parecem estar mais preparadas para evitar uma revolta do que os cidadãos para organizá-la

Desde que começaram os protestos contra os governos autoritários do Oriente Médio, muitos se perguntaram se as manifestações poderiam se espalhar por outras partes do mundo e atingir ditaduras mais encorpadas, como a chinesa. A resposta veio este fim de semana, depois que um ativista anônimo conclamou pela internet seus conterrâneos a iniciarem uma “Revolução de Jasmim” no país. O resultado mostrou que as autoridades chinesas parecem estar mais preparadas para evitar uma revolta do que os cidadãos para organizá-la.

Apenas um punhado de pessoas atendeu ao chamado e pequenos protestos foram registrados em Pequim, Xangai e outras 11 cidades. Embora as manifestações tenham sido pouco expressivas, a reação do governo deixou clara a sua prontidão. As palavras “jasmine revolution”, por exemplo, foram bloqueadas no twitter, em blogues e sites de busca, os chineses foram impedidos de enviar mensagens de texto para vários destinatários ao mesmo tempo e o policiamento foi reforçado em diversas cidades.

Em Pequim, cerca de 200 pessoas se reuniram do lado de fora de um McDonald’s, no centro da capital. A polícia chegou a prender um jovem que colocou uma flor de jasmim no canteiro em frente à lanchonete, mas ele foi liberado depois do clamor de jornalistas e fotógrafos.

Embora a maioria das pessoas que estava em frente ao McDonald’s na hora da aglomeração dissesse que não fazia ideia do que estava acontecendo – alguns pensaram que uma celebridade estivesse na lanchonete -, um homem aparentando 20 e poucos anos confessou que estava ali pela manifestação. Apesar da baixa adesão, ele garantiu que não estava desapontado com o resultado. “É muito difícil fazer isso na China, mas este é um bom começo”, disse ao jornal The New York Times. “Estou feliz de poder participar deste momento histórico”. Segundo a agência de notícias Associated Press, três pessoas foram detidas durante uma briga em frente a um Starbucks, em Xangai.

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Ainda não se sabe quem organizou a campanha, inaugurada na quinta-feira no Boxun, um site em língua chinesa baseado nos Estados Unidos, e em seguida divulgada pelo twitter e outros serviços de micro-blog.

Dias antes, o presidente Hu Jintao havia pedido um controle mais rígido da Internet para impedir a ação de “agitadores”. Nas últimas semanas, uma dúzia de advogados e ativistas de direitos humanos foram presos e dezenas de dissidentes afirmaram ter sido colocados em prisão domiciliar – pelo menos dois advogados ainda estão desaparecidas.

(Com agências internacionais)

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