Bielo-Rússia: oposição protesta contra resultado de eleição
Presidente Lukashenko, no poder desde 1994, foi reeleito. Há suspeita de fraude
Eleito em 1994 na primeira votação presidencial pós-independência, Lukashenko foi reeleito duas vezes em pleitos cheios de irregularidades
Milhares de opositores se concentraram no centro de Minsk, capital da Bielo-Rússia, para denunciar as eleições presidenciais deste domingo. De acordo com uma pesquisa de boca-de-urna divulgada pela TV estatal, o presidente Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, foi reeleito com mais de 72% dos votos. A oposição denuncia fraudes no processo eleitoral.
Os manifestantes responderam à convocação dos líderes da oposição, concentrando-se nos arredores da Praça de Outubro, em Minsk, capital do país, com bandeiras vermelhas e brancas e outras da União Europeia. Gritavam palavras de ordem, como “pela liberdade!”, de acordo com relatos dos correspondentes da agência de notícias France-Presse.
A oposição convocou os protestos no sábado, por temer fraudes nas eleições. Mais cedo, a tropa de choque da polícia bielo-russa dispersou com violência um protesto da oposição na capital. Um dos candidatos opositores à presidência nas eleições, Vladimir Nekliaev, ficou ferido nos distúrbios, segundo seu porta-voz. A confusão ocorreu pouco antes do fechamento das urnas.
A tropa de choque, armada com cassetetes e bombas de efeito moral, atacou cerca de 200 manifestantes que tentavam chegar à Praça de Outubro. Conforme a pesquisa de boca-de-urna – que, vale repetir, foi divulgada na imprensa oficial, governista -, os opositores Andrei Sanikov e Vladimir Nekliaev conseguiram apenas 6,1% dos votos cada um nas eleições.
Eleito em 1994 na primeira votação presidencial da Bielo-Rússia independente, Lukashenko foi reeleito em 2001 e 2006 (com 83% dos votos) em eleições marcadas por irregularidades, denunciadas por observadores eleitorais ocidentais e pela oposição desta antiga república soviética. As eleições também foram marcadas pela repressão aos opositores.
(Com agência France-Presse)