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Autor de massacre em base militar é condenado à morte

O major e psiquiatra do Exército americano Nidal Malik Hasan foi sentenciado pelos treze homicídios cometidos na base de Fort Hood, no Texas, em 2009

Por Da Redação
28 ago 2013, 17h20

O militar americano que matou treze pessoas e deixou dezenas de feridos na maior base militar dos Estados Unidos em 2009 foi sentenciado à morte nesta quarta-feira. Na última sexta, o major e psiquiatra do Exército Nidal Malik Hasan havia sido considerado culpado por treze homicídios premeditados e 32 tentativas de homicídio. O júri composto por treze militares deliberou durante duas horas nesta quarta-feira antes de anunciar a condenação à pena capital por unanimidade.

Hasan, de 42 anos, fez sua própria defesa e optou por não arrolar testemunhas durante o julgamento. Também não quis se pronunciar quando teve oportunidade. “Eu não tenho nenhum argumento final”, limitou-se a dizer na audiência desta quarta. A promotoria militar pediu a pena de morte e rebateu o argumento de que o réu tentava se tornar um mártir. “Ele não será nem agora nem nunca um mártir. Ele é um criminoso, um assassino sangue-frio”, ressaltou. “Isso (a pena de morte) não é um presente de Deus. É o seu débito com a sociedade. Ele nunca será um mártir porque não tem nada para acrescentar. Ele não dará a sua vida, nós a tiraremos”, acrescentou o coronel Mike Mulligan.

O começo do julgamento estava previsto para março do ano passado, mas foi atrasado diversas vezes, principalmente por uma discussão sobre a barba que Hasan deixou crescer enquanto estava em custódia militar. Apesar da pressão de um juiz para que ele fosse barbeado à força, ficou decidido que ele poderia mantê-la.

Histórico – Em novembro de 2009, o psiquiatra abriu fogo em uma área reservada a soldados na base de Fort Hook, no Texas. Enquanto atirava, gritava “Allah akbar!” (“Deus é grande” em árabe). Alvejado por quatro tiros ao ser capturado, ficou paraplégico. Durante o julgamento, a promotoria afirmou que ele preparou cuidadosamente o ataque e disparou dezenas de tiros.

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Muçulmano nascido nos EUA, primogênito de um casal de imigrantes palestinos, ele disse que realizou o ataque para proteger a liderança talibã no Afeganistão, especialmente seu chefe, mulá Omar. A biografia de Hasan permitiria que o Exército americano o expulsasse, mas isso não ocorreu (um pedido para deixar a farda foi negado), abrindo espaço para a ação de um terrorista. Não é proibido ser militar e muçulmano ao mesmo tempo, mas ele era um muçulmano cuja crença estava contaminada pela paranoia de que os infiéis – ou seja, todos os outros – são contra o Islã. Abertamente contra a guerra no Iraque e no Afeganistão, dizia que sua lealdade à sharia, o rígido conjunto de leis islâmicas, precedia sua lealdade à Constituição americana. E manteve contato por e-mail com Anwar al-Awlaki, líder espiritual extremista cuja mesquita era frequentada por dois terroristas do 11 de setembro.

Sentença – Os Estados Unidos não executaram nenhum soldado desde 1961. Há outros cinco militares condenados à morte na base de Fort Leavenworth, no Kansas – muitas sentenças de pena de morte a militares foram comutadas em prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. O presidente americano ainda precisará autorizar a execução de Hasan, em um procedimento que poderá levar décadas para ser concluído.

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