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Após Pussy Riot, Kasparov enfrenta Justiça russa

Acusado de agredir um policial a dentadas, o ativista político russo e ex-campeão mundial, Garry Kasparov falou ao site de VEJA pouco antes de começar uma batalha jurídica

Por Fernando Valeika de Barros, de Moscou
24 ago 2012, 14h49

Garry Kasparov, o russo ex-campeão mundial de xadrez e um dos mais ferrenhos opositores do governo comandado pelo presidente Vladimir Putin, começou nesta sexta-feira uma batalha jurídica – e política. Ele é acusado de morder a mão de Dennis Ratnikov, oficial da polícia, e de resistir a uma ordem de prisão, durante ato do lado de fora do tribunal moscovita quando a corte julgava três integrantes da banda punk russa Pussy Riot– as garotas foram condenadas a dois anos de detenção em colônia penal. Pela legislação russa, Kasparov pode ser condenado a passar cinco anos atrás das grades.

Mas Kasparov afirma que não agrediu o oficial. Imagens reproduzidas no YouTube mostram o ativista sendo imobilizado e levado para dentro de um ônibus por um grupo de policiais sem esboçar reação. “Durante o julgamento do Pussy Riot, eu estava na rua, concedendo entrevistas a um jornalista do site Gazeta.ru, sem nenhuma ação hostil, quando, de repente, fui agarrado pela polícia, levado à força para um ônibus e preso”, contou Kasparov ao site de VEJA. “Se for tomada qualquer providência contra mim, será um sinal de que qualquer coisa pode acontecer na Rússia, de que não há mais nenhuma garantia democrática neste país.” Naquele dia, além dele e de Serguei Usaltsov, também da oposição, outros cinquenta ativistas foram detidos sob a acusação de participarem de manifestações não permitidas.

“Acho que processos pelos quais uma pessoa é detida sem justificativa senão uma acusação ridícula, que imagens de TV mostram ser falsa, pode abrir precedentes perigosos. Com esse tipo de ação, desrespeita-se a Constituição da Rússia para fazer a vontade de quem manda no Kremlin”, disse Kasparov. “Na semana passada, já vimos a condenação exagerada das moças do Pussy Riot. Agora, temos essa acusação fajuta de um policial contra mim. Isso pode ser visto como mais um passo contra a liberdade. Eles querem nos intimidar, mas nós estamos mesmo é ficando cada vez mais zangados com esta situação.”

Na próxima semana Kasparov deve voltar à corte, desta vez para acusar o policial que alega ter sido mordido por calúnia e prisão ilegal e agressões. Um porta-voz do Ministério do Interior da Rússia disse que há possibilidade de ser feita uma perícia para verificar se os ferimentos no policial foram causados pelos dentes de Kasparov ou de um cão.

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