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Afeganistão liberta 65 prisioneiros mesmo após protestos dos EUA

Exército dos EUA emitiu comunicado afirmando que os presos libertados estão envolvidos em atentados contra americanos e afegãos

Por Da Redação
13 fev 2014, 08h14

O Afeganistão libertou nesta quinta-feira 65 prisioneiros, mesmo com sob protestos dos Estados Unidos, que os consideram “perigosas ameaças contra as forças aliadas e afegãs”, informou a rede BBC nesta quinta-feira. “As autoridades militares me informaram sobre a libertação de 65 presos da prisão de Bagram esta manhã”, disse o chefe do Comitê de Revisão de Penas da penitenciária, Abdul Shakor Dadras.

O episódio chamou atenção para a crescente deterioração das relações entre os americanos e as autoridades afegãs, que afirmaram considerar as reclamações uma intromissão em seus assuntos internos. A embaixada dos EUA, por sua vez, divulgou nota nesta quinta-feira em que afirmou considerar a libertação “extremamente lamentável”.

“O governo afegão carrega a responsabilidade dos resultados desta decisão. Pedimos que faça todos os esforços necessários para garantir que os libertados não cometam novos atos de violência e terror”, afirmou a embaixada americana em Cabul, que nas últimas semanas vem travando um duelo verbal com o governo afegão desde que as autoridades de Cabul anunciaram a intenção de libertar os presos, em janeiro.

O Exército dos EUA no Afeganistão também condendou a libertação. “Os detidos neste grupo estão diretamente envolvidos em ataques que causaram a morte de 32 soldados americanos e da coalizão e de 23 membros das forças armadas afegãs e civis”.

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Diante dos novos protestos, o presidente afegão Hamid Karzai declarou que os Estados Unidos devem respeitar a Justiça afegã. “O Afeganistão é um país soberano. Se as autoridades judiciais afegãs decidirem libertar prisioneiros, essa decisão não diz respeito aos Estados Unidos”, afirmou Karzai em coletiva em Ancara. “Espero que os Estados Unidos deixem de acossar a autoridade judicial do Afeganistão”, acrescentou.

Em março de 2013, o governo dos Estados Unidos transferiu ao Afeganistão a gestão da penitenciária de Bagram, chamada de “Guantánamo do Oriente”, mas os americanos seguem controlando os prisioneiros não afegãos, principalmente paquistaneses.

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Analistas consideram as libertações como um gesto do governo afegão na direção dos talibãs, em uma tentativa de convencê-los a participar nas negociações de paz para estabilizar o país após a retirada das tropas da Otan, prevista para o fim do ano.

Os talibãs afegãos, liderados pelo mulá Omar, rejeitaram até o momento qualquer diálogo com o presidente Hamid Karzai, que consideram uma “marionete” dos Estados Unidos.

A nova divergência é mais um ponto de tensão entre Washington e Karzai sobre o Acordo Bilateral de Segurança (BSA), que deve definir se os americanos mantêm algumas tropas no Afeganistão após a saída da Otan.

O governo dos Estados Unidos ameaça o presidente afegão com a retirada de todas as tropas se Karzai não assinar rapidamente o acordo. Mas o chefe de Estado afegão quer esperar as eleições presidenciais de abril e deixar para o sucessor a assinatura de acordo.

Em 2011, a falta de um acordo similar levou Washington a abandonar o Iraque sem deixar tropas de apoio ao exército iraquiano. Desde então, o país vive uma onda de violência.

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(Com agência EFE)

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