A derrota diante do Corinthians na final da Copa Libertadores foi o último jogo de Juan Román Riquelme com a camisa do Boca Juniors. O meia declarou amor ao clube, do qual é um dos principais ídolos da história, mas anunciou sua despedida logo depois deixar o vestiário do Pacaembu, já na madrugada desta quinta-feira.
‘Fui sincero com meus companheiros, com a comissão técnica e com os dirigentes. Eu sou torcedor desse clube, amo esse clube e não posso jogar pela metade. Sou bostero e vou morrer bostero. Gosto muito de todos os torcedores do Boca Juniors’, declarou o jogador.
Aos 34 anos, Riquelme procura se poupar durante os treinamentos para render o máximo em campo. Durante as partidas, ele usa a experiência para evitar esforços desnecessários e, ainda que não tenha a mesma mobilidade, foi peça decisiva na campanha do vice-campeonato continental do Boca Juniors.
Além de anunciar que a derrota diante do Corinthians foi sua última exibição pelo time de coração, ele não confirmou se pretende continuar jogando – o meia teria propostas de clubes do exterior. Riquelme explicou que tomará a decisão nos próximos dias, após consultar pessoas próximas.
‘Agora, preciso ir para a minha casa, estar com minha família, com meus amigos e ver o que querem que eu faça. Se eles quiserem, jogarei um pouco mais. Mas aqui eu não consigo, porque não consigo jogar pela metade. Me sinto vazio’, repetiu o camisa 10 na final diante dos brasileiros.
Riquelme pouco fez na noite desta quarta-feira e não conseguiu criar chances de gol para os atacantes, sua marca registrada ao longo da carreira. Experiente, o meia reconheceu a superioridade do adversário e procurou não lamentar o vice-campeonato.
‘Quero parabenizar o Corinthians. Tínhamos a esperança de voltar a ganhar a Libertadores, mas não conseguimos. Cheguei à final, desfrutei esse semestre ao máximo e senti coisas maravilhosas. Agora, quero apenas voltar para a casa e comer um churrasco com meus amigos’, afirmou.
Pelo Boca Juniors, time em que iniciou a carreira, Juan Román Riquelme conquistou as edições de 2000, 2001 e 2007 da Copa Libertadores, além da Copa Intercontinental de 2000. Na medida em que não teve grande sucesso em suas passagens pelo Barcelona e pelo Villarreal, a identificação com a torcida do clube é ainda maior.
Com a camisa da seleção argentina, o talentoso meia também não alcançou grande destaque. Convocado para a Copa do Mundo de 2006, ele tem como maior feito o título olímpico dos Jogos de 2008. Sem boa relação com o então técnico Diego Maradona, outro ídolo do Boca, ele não participou do Mundial de 2010.
Ao mesmo tempo em que confirmou sua saída do Boca Juniors, Riquelme prometeu continuar colaborando com a instituição, na medida do possível. ‘Volto a repetir: eu amo esse clube. Sempre que precisarem de mim, vou estar à disposição’, prometeu o meia.