Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Jogos Militares são 1º teste para as Olimpíadas de 2016

Entre os dias 16 e 23 de julho, evento reunirá 6.000 atletas de 103 delegações. Competição atraiu atletas cotados para disputar medalhas nos Jogos do Rio

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
5 Maio 2011, 12h39

No meio do caminho entre o Pan de 2007 e as Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro recebe, daqui a dois meses, os Jogos Mundiais Militares. O apelo de público e mídia pode ser menor, mas a competição ganha importância por ser uma espécie de teste para os governantes e organizadores dos eventos esportivos que estão por vir. As competições, que acontecem entre os dias 16 e 23 de julho, reúnem 103 delegações, num total de 6.000 atletas. Os números superam os do Pan, que contou com 5.662 competidores de 42 países. Ao todo, serão 20 modalidades, cinco delas exclusivamente militares: orientação, paraquedismo, pentatlo naval, pentatlo militar e pentatlo aeronáutico. Com 250 atletas, o Brasil estará representado em todas as modalidades.

O nível geral do torneio, claro, é mais baixo do que o das Olimpíadas. Mesmo assim, algumas modalidades se destacam e merecem a atenção do público. Os militares atuam em alta performance, por exemplo, nas provas de tiro e lutas. Só para se ter uma ideia, nove judocas militares do Brasil estão entre os dez melhores do mundo em suas categorias, segundo o ranking da Federação Internacional de Judô.

Também é certo encontrar alguns rostos conhecidos brigando por uma medalha. As forças armadas têm recrutado talentos consagrados do esporte para os seus quadros, como o judoca (e agora sargento) Flávio Canto, bronze nas Olimpíadas de Atenas, em 2004. A delegação militar do Brasil contará ainda com os nadadores Kaio Márcio, Gabriel Mangabeira e Joanna Maranhão, e os craques do vôlei de quadra Valeskinha e Anderson de Oliveira Rodrigues. Além do salário por volta de 2.500 reais, modernas instalações de treinamento e o acesso gratuito a médicos e fisioterapeutas estão entre os benefícios que atraem os esportistas para a vida militar.

Esse tipo de prática é comum em outros países, sobretudo no leste europeu, onde os esportes olímpicos já foram um componente da propaganda do regime. No Brasil, a ideia é estender essa parceria entre civis e militares pelo menos até 2016. A medida se soma a outras iniciativas como o Bolsa Atleta, num esforço para incentivar e remunerar atletas que se destacam em suas modalidades mas, infelizmente, não veem o sucesso se traduzir em patrocínios.

Continuidade – A vitória da candidatura do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Militares de 2011 é, em grande parte, fruto do Pan. A preparação da cidade para receber aquela competição teve um papel decisivo no duelo contra a turca Istambul. Equipamentos criados para o Pan serão reutilizados agora nos Jogos Militares. É o caso, por exemplo, do Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), que abrigará as cerimônias de abertura e encerramento, além do atletismo e da final do futebol masculino. O Parque Aquático Maria Lenk receberá as provas de natação, enquanto a vizinha Arena Olímpica terá os jogos de basquete. O Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio, também volta à cena, com o hipismo, o tiro esportivo e o pentatlo moderno.

Continua após a publicidade

Ainda é cedo para afirmar, mas os Jogos Militares também podem deixar importantes legados para 2016, como novos centros de treinamentos aptos a atender as demandas das delegações que participarão das Olimpíadas. Graças à competição de 2011, locais como a Universidade de Força Aérea (Unifa), em Campo dos Afonsos, na zona oeste do Rio, receberam significativos investimentos e se tornaram candidatos naturais a pontos de treinamento aos atletas olímpicos.

Além disso, as três vilas militares que abrigarão atletas, comissões técnicas, árbitros e imprensa também serão úteis daqui a cinco anos. A Vila Branca, da Marinha, ficará em Campo Grande e conta com 396 apartamentos em 22 blocos. Já a Vila Verde, do Exército, fica em Deodoro e possui 408 apartamentos em 17 prédios. Por fim, a Vila Azul, da Aeronáutica, tem 402 apartamentos e fica em Campo dos Afonsos. Juntas, elas oferecem 8.332 leitos em 106 edifícios.

Histórico – Os Jogos Mundiais Militares foram realizados pela primeira vez em Roma, em setembro de 1995. Na ocasião, participaram 4.000 atletas de 93 países e 17 modalidades esportivas. A partir de então, foi acertado que a competição aconteceria de 4 em 4 anos, sempre um ano antes dos Jogos Olímpicos. Naquela primeira edição, a delegação brasileira ficou na 36ª posição, com uma prata e dois bronzes.

A primeira medalha de ouro do Brasil só viria em 1999, em Zagreb, na Croácia. Na última edição, em outubro de 2007, os Jogos Mundiais Militares “ganharam o mundo”, tendo sido disputados pela primeira vez fora de solo europeu, na cidade de Hydebarad, na Índia. Naquele ano, o Brasil ficou em 33º lugar, com duas pratas e um bronze.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.