A ex-árbitra de futebol Silvia Regina de Oliveira, de 44 anos, foi nomeada nesta quarta-feira nova diretora da Escola de Árbitros Flávio Iazzetti, da Federação Paulista de Futebol (FPF). Até agora, Silvia era mais conhecida por ser a primeira mulher a apitar uma final de Campeonato Paulista, em 2003, e por ter validado um gol irregular feito por um gandula (assista ao vídeo abaixo). Na entrevista a seguir, ela conta qual o significado de sua nomeação para o papel da mulher no futebol brasileiro.
Acabou, afinal, o machismo no futebol brasileiro?
Não, mesmo porque faz parte da cultura. Mas essas barreiras têm sido quebras há muito tempo e o espaço adquiridos por elas (arbitras) está ai. Agora, é claro que os comentários sempre foram picantes e vão continuar sendo.
Sua colega Ana Paula de Oliveira nunca mais apitou depois de posar nua para a revista Playboy, em 2007. Como está a situação dela?
Ela vai fazer um teste físico na próxima semana. Se passar, estará apta para apitar.
Teremos mais mulheres na arbitragem de São Paulo a partir de agora?
Não. A minha linha de raciocínio sempre foi que essa diferença entre homens e mulheres não deve existir. Somos profissionais da arbitragem e o trabalho deve ser o mesmo.
O que significa ser a nova diretora da Escola de Árbitros?
Significa mais um passo grande e importante na minha vida. Significa repassar toda a minha experiência de 29 anos de carreira na arbitragem.
A arbitragem de São Paulo tem sido muito criticada. O que a senhora vai fazer para mudar isso?
Nós sempre trabalhamos muito. Sempre tivemos várias frentes: físicas, médicas, instruções técnicas, aprimoramento durante a semana e contato com a comissão de arbitragem. Eu pretendo dar continuidade a esse trabalho e fazer uma integração maior com todos os segmentos que a arbitragem possui hoje.
Porque estamos vivemos uma fase ruim de árbitros?
Não concordo com você. As críticas são muito grandes por termos maior visibilidade. Não se critica o campeonato do Paraná ou o de Rondônia.
Qual foi o maior desafio de sua carreira até hoje?
Este é o maior desafio. É maior do que apitar em uma final de campeonato.
Assista a seguir ao gol de gandula, em jogo entre Sorocaba e Santacruzense