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Vocalista do Slipknot fala dos seus contatos sobrenaturais

Em entrevista ao site de VEJA, Corey Taylor, destaque da primeira noite do festival Monsters of Rock, lembra a sua última passagem pelo país, fala sobre a sua outra banda, o Stone Sour, e o futuro dos mascarados do Slipknot

Por Rafael Costa
19 out 2013, 18h07

Dois anos após se apresentar no palco principal do Rock in Rio, o Slipknot está de volta ao Brasil para fechar o primeiro dia do festival Monsters of Rock, que retorna ao país após 15 anos. Nos dias 19 e 20 de outubro, além dos metaleiros mascarados, outros nomes do rock’n roll vão marcar presença na Arena Anhembi, em São Paulo, como Korn, Limp Bizkit, Aerosmith e Whitesnake.

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Apesar de a sua primeira banda ter sido o Stone Sour — à qual retornou em 2002 –, foi com o Slipknot, em 1997, que Corey Taylor ganhou reconhecimento mundial. A banda, que não apresenta nada inédito desde All Hope is Gone, de 2008, tem planos para um novo álbum no ano que vem. Sobre o hiato de cinco anos sem novidades do grupo, Taylor diz que ele se deveu à morte do baixista, e membro fundador, Paul Gray, em 2010. “Estamos começando a sentir que é um bom momento para fazer músicas novas do Slipknot, parece certo agora. Ainda sentimos falta do Paul, mas sabemos que ele gostaria de que seguíssemos em frente.”

Foi também com o Slipknot que o cantor guardou boas recordações de sua última passagem pelo Brasil, quando tocou para um público volumoso na Cidade do Rock. “Me lembro de andar por aquele palco gigantesco e olhar para o maior público que eu já vi em toda a minha vida. Eu nunca vou esquecer aquele sentimento de apreciação, alegria e amor mútuos que eu senti no Brasil”, conta o vocalista, que espera para este sábado um grande show, em um festival repleto de “bandas monstruosas”.

Durante a entrevista, Taylor falou ainda de seu novo livro, A Funny Thing Happened on the Way to Heaven (“Uma coisa engraçada aconteceu no caminho para o céu”, em tradução direta), ainda sem versão no Brasil. Na obra, a segunda assinada pelo cantor, que já publicou o autobiográfico Sete Pecados Capitais, ele fala a respeito das experiências paranormais experimentadas ao longo da vida. “Me propus escrever a respeito, tentando descobrir do que se tratava, pois nunca fiquei satisfeito com as respostas que achava nos livros e programas de televisão”, conta o músico.

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Como não poderia ser diferente em se tratando de um homem que sobe ao palco, junto com os colegas do Slipknot, com máscaras de meter medo em gente grande, Taylor garante não ter medo dos contatos sobrenaturais que trava. “É divertido, ainda vejo essas coisas acontecendo na nossa casa em Iowa, tem crianças correndo ao redor, fazendo barulhos e bagunças que temos que limpar. Mas encontramos um equilíbrio com esses espíritos e não há perigo nenhum, nem nada com o que se preocupar”, diz, de um jeito quase zen-budista. Confira abaixo a entrevista com Corey Taylor:

O Stone Sour foi sua primeira banda, mas você acabou se projetando com o Slipknot. Seu retorno ao Stone Sour, já reconhecido pelo trabalho com o Slipknot, ajudou a banda a atingir o sucesso que tem hoje? Definitivamente. Se não fosse pelo Slipknot, ninguém iria me conhecer. Esse fato ajudou o Stone Sour. Mas é um pouco triste o fato de no Stone Sour nós trabalharmos muito para ter certeza de sermos conhecidos independentemente do Slipknot e não vistos como uma ramificação dele. Queremos que as pessoas entendam que nós temos nossos próprios méritos. E nós temos, eu e o Jim Root fazemos sons diferentes no Stone Sour e no Slipknot, mostramos que podemos fazer isso.

Como é ser vocalista de duas grandes bandas do cenário atual do heavy metal? É estranho (risos). Eu amo o que faço. É uma coisa da minha vida de que me orgulho, eu posso olhar e dizer: ‘Sou muito bom nisso’. Mas ao mesmo tempo eu não sou o tipo de cara que gosta de se exibir, sempre tento manter meu ego calmo. Sou muito grato pelas experiências que tenho e pela vida que sou capaz de providenciar para a minha família. Fico honrado quando vejo as pessoas me elogiando, mas também uso isso como motivação para garantir que eu continue fazendo boa música nos próximos anos.

Muita gente diz que o rock está morrendo. Você concorda ou ainda há esperança? Não acho que o rock ou o heavy metal estão morrendo. Isso é algo que acontece na história, o tempo todo surgem diferentes tipos de música. Hoje em dia, as pessoas estão curtindo muito estilos como indie music, dubstep e um hip hop luxuoso. Mas isso não significa que o metal tenha perdido importância, existem grandes bandas por aí que continuam fazendo excelentes músicas. Isso porque o nosso cenário é muito forte. Nosso estilo musical nunca se acostumou a ter muito respeito, mesmo assim nunca perdemos o passo. Nós ainda temos as crianças nas ruas que ouvem as músicas e interpretam o que estamos sentindo e passando. Fico orgulhoso disso. Nós talvez possamos não ter a mesma publicidade ou estar presentes em premiações musicais, mas somos a música das ruas, dos famintos, e ninguém pode tirar isso de nós. Somos o som de uma geração que prefere amar e lutar pelo que é certo a sair para dançar e ignorar o que está acontecendo no mundo.

Como a morte do baixista Paul Gray, em 2010, afetou a banda? Foi um dos motivos para o Slipknot ter deixado de compor músicas novas? Não é que paramos de compor, nós apenas nos recusamos a ter pressa em fazer um álbum para o qual não estávamos prontos ainda. A morte do Paul realmente afetou a todos nós. Ele era a pessoa que mais amávamos na banda, de diversas maneiras. Ele representava grande parte do que a música do Slipknot era e isso realmente nos chocou demais. Então, para nós fez mais sentido, e pareceu mais respeitoso, primeiramente nos recompor como uma banda e uma família, e não correr o risco de escrever e fazer coisas que poderiam ser desrespeitosas com ele.

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O Slipknot tem planos para um novo disco? Vamos começar a trabalhar em um novo álbum no ano que vem. Estamos todos escrevendo músicas no momento e reunindo materiais. Eu escrevi quatro músicas e espero que sirvam para alguma coisa (risos). Estamos começando a sentir que é um bom momento para fazer músicas novas do Slipknot, parece certo agora. Estamos nos sentindo fortes e preparados novamente. Ainda sentimos falta do Paul, mas sabemos que ele gostaria que seguíssemos em frente.

Seu último livro, A Funny Thing Happened on the Way to Heaven (Uma Coisa Engraçada Aconteceu no Caminho para o Céu), fala sobre as suas experiências com eventos sobrenaturais ao longo da vida. Como foi colocar no papel essas experiências? Você ainda vivencia esses acontecimentos sobrenaturais? Eu queria escrever um livro que seguisse a mesma linha do meu primeiro, Sete Pecados Capitais. Eu estava procurando um tema para o livro de que as pessoas pudessem falar a respeito e percebi que tive todas essas experiências, mas não conseguia entendê-las bem. Então, me propus escrever a respeito tentando descobrir do que se tratava, pois nunca fiquei satisfeito com as respostas que achava nos livros e programas de televisão. E busquei um ponto de vista que talvez ninguém tenha usado antes. É engraçado, ainda vejo essas coisas acontecendo na nossa casa em Iowa, tem crianças correndo ao redor, fazendo barulhos e bagunças que temos que limpar. Mas encontramos um equilíbrio com esses espíritos, você acaba aprendendo a conviver com as coisas que acontecem ao seu redor e não há perigo nenhum, nem nada com o que se preocupar. Partindo desse princípio, você consegue ficar em paz com isso. É divertido.

Vocês tocaram no Brasil em 2005 e 2011. Qual a lembrança que você tem do país e do público? Me lembro quando tocamos no Rock in Rio, em 2011, de andar por aquele palco gigantesco e olhar para o maior público que eu já vi em toda a minha vida. E mesmo com todas as luzes e coisas acontecendo, me lembro de pensar: ‘Uau, isso é incrível’, pois eram muitas pessoas ali, a maioria eu mal conseguia enxergar. Me lembro também de começar a primeira música e ver aquela plateia explodir e estar muito feliz pelo fato de estarmos ali. Eu nunca vou esquecer aquele sentimento de apreciação, alegria e amor mútuos que eu senti no Brasil naquele show e é algo que eu vou levar comigo para sempre. Gostaria que os brasileiros compreendessem o quanto os amamos e o quanto somos gratos por tudo que eles nos deram naquela noite. Espero que o público do Monsters of Rock se divirta o tanto quanto o do Rock in Rio.

O Slipknot vai tocar no primeiro dia do Monsters of Rock, em que tocam também Limp Bizkit e Korn. O que espera do festival? Será um grande show. Primeiramente será no Brasil, que é a casa dos maiores fãs de heavy metal do mundo. Não apenas fãs de heavy metal, como de música em geral. E também terão essas bandas monstruosas como Slipknot, Korn, Limp Bizkit, Hatebreed, capazes de levar os fãs a um frenesi.

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