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Remake de ‘Poltergeist’ perde no texto, mas compensa no 3D

Mesmo sem a ironia fina e os bons diálogos do original, o diretor Gil Kenan mantém o bom humor no filme que estreia neste final de semana no Brasil

Por Daniel Dieb
22 Maio 2015, 18h20

Quando lançado, em 1982, Poltergeist – O Fenômeno assustou e surpreendeu quem assistiu ao filme, que contava com efeitos especiais incríveis para a época – alguns ainda hoje fazem o espectador se perguntar “Como eles conseguiram isso?”. O remake da trama escrita por Steven Spielberg, que chega agora aos cinemas brasileiros, não faz feio na tecnologia. Gil Kenan (A Casa Monstro), o diretor do filme, sabe fazer um uso inteligente do 3D ao levar o espectador a uma “excursão” à realidade paralela e não bombardeá-lo com efeitos especiais exagerados e desnecessários. Mas o longa perde no texto: em comparação com o primeiro, faltam ironia e agilidade aos diálogos, às vezes bobos demais.

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Basicamente, a trama do novo Poltergeist é a mesma do original, com pequenas alterações: desta vez, a família se chama Bowen e se muda para um bairro suburbano americano afastado da cidade após o pai, Eric, interpretado por Sam Rockwell (Lunar), perder o emprego devido à crise econômica. No primeiro, os Freeling vivem em um condomínio fechado, onde o pai, Steve (Craig T. Nelson), trabalha como corretor de imóveis. Mas boa parte dos sustos são os mesmos: árvore maléfica, boneco de palhaço assassino e seres que brotam do chão. Somente um ser sobrenatural, de olhos pretos e pele pálida, que se passa por uma criança, aparece neste e não no anterior.

Enquanto no primeiro filme o diretor Tobe Hooper criou uma excelente ambientação, importante na construção dos personagens, o Poltergeist deste ano deixa a desejar. Falta aos Bowen mais substância real, transmitida no original nas cenas em que a família aparece em meio a seus hábitos e rotinas, como quando Steve assiste a uma partida de futebol americano com os amigos, Dana (Dominique Dunne), a filha mais velha, fala ao telefone e Robbie (Oliver Robbins) lê gibis em seu quarto, cheio de referências a Guerra nas Estrelas e de símbolos de times pendurados na parede.

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Kenan acertou, porém, em manter o bom humor da primeira produção no remake, com sacadas pontuais, mesmo que sem a agilidade e ironia dos diálogos do original. O diretor se vale do humor para apontar o dedo contra o costume de usarmos aparelhos eletrônicos a todo instante. Tablets e smartphones nos afastam do real e nos conectam à realidade virtual – e, no filme, também conectam os personagens ao sobrenatural.

Se no filme de 1982 os efeitos especiais foram o destaque, agora eles são lugar-comum em Hollywood e excelente é o nível mínimo exigido de qualquer produção. Com esse desafio em vista, o novo Poltergeist não decepciona. Longe de revolucionar a tecnologia do cinema ou o gênero do terror, e distante do bom texto de seu original, o remake pode ser um bom passatempo para quem gosta de tomar um sustinho no cinema. Sem precisar colar na poltrona, que fique bem claro.

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