Polônia rejeita recurso e não vai extraditar Polanski
Justiça polonesa confirma decisão de manter cineasta em seu território e coloca fim ao pedido dos Estados Unidos
A Justiça da Polônia reafirmou, nesta sexta-feira, que não vai extraditar o cineasta Roman Polanski, 82 anos, para os Estados Unidos. O Ministério Público da cidade de Cracóvia informou em comunicado que renuncia a recorrer da sentença ditada no dia 30 de outubro, ao entender que os argumentos dados pelo tribunal são “corretos” e que não cabe motivo para sua apelação. O diretor de O Pianista (2002) é acusado de manter relações sexuais com uma menor de idade, em 1977, no país americano.
Com esta decisão se encerra definitivamente o processo de extradição de Polanski na Polônia, o que permitirá ao diretor morar e trabalhar em seu país de origem – ele também tem cidadania francesa. “Falando por Polanski, posso dizer que sentimos um grande alívio por este caso ter terminado”, disse Jan Olszewski, um dos advogados do cineasta. “E isso significa que será possível para ele começar a fazer um filme planejado na Polônia.”
Leia também:
O gênio e a perversidade: é possível separar a obra dos erros do autor?
Polanski explora o jogo do poder sexual em ‘A Pele de Vênus’
Vítima sexual de Polanski lança livro e diz que o perdoou
Os Estados Unidos haviam solicitado à Polônia a extradição de Polanski depois que ele foi a Varsóvia, em 2014. O cineasta vive em Paris, mas também tem um apartamento em Cracóvia. Polanski se declarou culpado em 1977 de ter feito sexo com uma menina de 13 anos de idade, durante uma sessão de fotos em Los Angeles.
O diretor de cinema cumpriu 42 dias na prisão depois de um acordo judicial. No entanto, ele fugiu no ano seguinte para a Grã-Bretanha e, em seguida, para a França, por acreditar que a Justiça poderia anular o acordo e mantê-lo na cadeia por muitos anos. Samantha Geimer, a vítima no caso, afirmou que o longo exílio de Polanski já seria castigo suficiente.
(Da redação com agências Reuters EFE)