O pintor britânico Lucian Freud, conhecido por seus retratos realistas, nus e autorretratos, morreu nesta quarta-feira em Londres, aos 88 anos, segundo informou nesta quinta-feira seu agente nova-iorquino, William Acquavella.
Acquavella explicou em comunicado que o artista morreu ontem à noite em sua residência londrina após uma doença, sem dar mais detalhes.
O agente descreveu Freud como “um dos grandes pintores do século XX” e disse que “vivia para pintar e pintou até o dia de sua morte, afastado do barulho do mundo da arte”.
Freud se tornou o pintor vivo mais cotado quando, em 2008, a pintura Benefits Supervisor Sleeping (1995), de uma mulher obesa recostada em um sofá, foi arrematada por 33,6 milhões de dólares em um leilão na sede nova-iorquina da Christie’s.
Apesar de sua obra se apoiar no realismo, Freud preferiu o surrealismo no início de sua carreira, quando pintava figuras humanas e animais em justaposições inusitadas. A mudança definitiva de estilo aconteceu a partir dos anos 50.
Em 1976, Freud fez parte do grupo de artistas dedicados à pintura figurativa denominado School of London (Escola Londrina) ao lado de Francis Bacon.
Entre seus últimos trabalhos, está o retrato da modelo Kate Moss, que aparece grávida e nua na tela finalizada em 2002. O nu foi vendido no mesmo ano por 20 milhões de dólares a um colecionador desconhecido. Esse, aliás, é um dos únicos retratos de personalidades renomadas pintados por Freud, que sempre preferiu usar como modelo pessoas de sua convivência íntima, como familiares e amigos. Além de Kate Moss, Freud pintou a rainha Elizabeth II.
Após se informar da notícia de sua morte, o diretor do grupo de galerias britânicas Tate, Nicholas Serota, louvou a genialidade do artista. “A vitalidade da nudez, a intensidade de suas naturezas mortas e a presença de seus retratos garantem a Lucian Freud um lugar único no panteão da arte do século XX tardio”, declarou.
Neto do psicanalista Sigmund Freud, Lucian nasceu em Berlim em 1922 e migrou para o Reino Unido acompanhado da sua família em 1933, quando tinha 10 anos, escapando do início do nazismo.
Rumores dizem que o artista teve cerca de 40 filhos ilegítimos. Oficialmente, Freud deixa 13 filhos gerados em quatro casamentos diferentes.
(Com agências EFE e AFP)