Meryl Streep e Julia Roberts encarnam mulheres amargas em novo filme
No longa 'August: Osage County', atrizes vivem uma complicada relação familiar e são apontadas como possíveis concorrentes ao Oscar
Por Mariane Morisawa, de Toronto
10 set 2013, 08h53
Indicada 17 vezes ao Oscar e vencedora de três estatuetas, Meryl Streep deve concorrer a seu 18º prêmio na cerimônia do ano que vem, se não houver nenhum acidente de percurso. Ela é uma mulher que enfrenta o câncer com muitas drogas, amargura e uma língua afiada em August: Osage County, dirigido por John Wells e baseado numa peça de Tracy Letts.
O filme não esconde sua origem teatral, concentrando-se nos diálogos fortes e na interação dos personagens, quase sempre dentro da casa da matriarca, Violet Weston (Streep). O sumiço de seu marido, Beverly (Sam Shepard), provoca uma reunião familiar forçada. Ivy (Julianne Nicholson) mora nas redondezas, mas Barbara (Julia Roberts) e Karen (Juliette Lewis) chegam de longe. Barbara vem acompanhada do marido, Bill (Ewan McGregor), com quem vive uma crise, e da filha adolescente, Jean (Abigail Breslin), enquanto Karen apresenta seu noivo, Steve (Dermot Mulroney). O cenário também abriga a irmã de Violet, Mattie Fae (Margo Martindale), seu marido, Charles (Chris Cooper), e o filho do casal, o “pequeno” Charles (Benedict Cumberbatch).
Não são poucos os filmes em que um evento provoca uma reunião familiar forçada e, a partir daí, o desenterramento de mágoas e segredos do passado. Mas poucas vezes há personagens tão sólidos. Violet é um caso sério, uma mulher incapaz de segurar a língua, atacando a todos ao mesmo tempo. A aparentemente doce Mattie Fae logo mostra que não é muito diferente. E Barbara vai pelo mesmo caminho. São personagens difíceis de gostar, mas, de alguma forma, o texto, a direção e as interpretações fazem com que pareçam seres humanos de verdade.
Gerações – A paisagem aberta do centro dos Estados Unidos (a ação se passa em Oklahoma) é personagem do drama em que uma geração replica a outra e em que a dureza do cenário e da história refletem-se nas atitudes das pessoas. Violet e Mattie Fae tiveram um mãe horrível, são mães horríveis e provavelmente suas filhas deverão ser mães horríveis – a não ser que consigam quebrar esse círculo. As mulheres, aqui, dominam os homens – pelo menos até eles se cansarem.
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A fotografia do brasileiro Adriano Goldman capta esse cenário a perder de vista do exterior em contraste com a claustrofobia do interior da casa de Violet. O elenco todo funciona bem, mas, além de Meryl Streep, é preciso destacar Julia Roberts, que se despe de qualquer imagem de estrela para encarnar, sem maquiagem, sempre de roupas largas, uma mulher endurecida. É outra que deve figurar entre os indicados no anúncio no dia 16 de janeiro de 2014.
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