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Mais sexo, mais nudez, mais pancadaria: o que esperar do ‘BBB15’

Para não repetir histórias nem 'esfriar', reality show que já tem beijo gay, banho sem roupa e barracos caminha para a radicalização do conceito de vale-tudo

Por Pollyane Lima e Silva, do Rio de Janeiro
6 abr 2014, 10h55

Não pode repetir. E não pode ser “menos” que o anterior. As leis sagradas do entretenimento pressupõem um avanço contínuo – nem sempre em direção à qualidade, ressalte-se. Partindo desse raciocínio, o público pode esperar do BBB15, com inscrições abertas, mais sexo, mais nudez, mais pancadaria e uma overdose de tudo o que gera burburinho e audiência. Olhar para o passado do primeiro reality show brasileiro ajuda a entender o futuro do programa e, até, um pouco do futuro da TV. Enquanto o beijo gay entre Félix e Nico era só uma expectativa na novela Amor à Vida, as sucções quase amidalíticas de Clara e Vanessa da edição encerrada nesta semana deixam a sensação de que o público quer mais – e a Globo, ao anunciar a 15ª edição, está disposta a saciá-lo.

O Big Brother está, como seus participantes, em uma permanente corrida contra a eliminação. Se as cenas não são edificantes, os lucros e o resultado da audiência, não só na televisão, tratam de perdoar a baixaria e as críticas de uma ala de espectadores que rejeita o “lixo cultural”. O público talvez nem tenha percebido, mas da primeira edição, em 2002, até o BBB14, houve transformações radicais no que é exibido na TV aberta. Antes, a poesia de Pedro Bial e a edição do dia eram o programa, propriamente dito. Progressivamente, o horário depois da novela das 21h passou a ser mero boletim do que o público já viu, conheceu ou, no mínimo, leu a respeito nas redes sociais. E, espalhadas pela internet, estão também as formas de faturamento que tornam o produto perfeito para uma era em que televisão e web fundem-se de forma acelerada. A audiência do BBB na TV aberta caiu ao longo desses catorze anos, mas a 14ª edição bateu recorde de patrocínios – na casa dos 160 milhões, fora ações de merchandising.

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A lógica do reality, como fenômeno de redes sociais, sepulta também o velho conselho dos que odeiam o ‘grande irmão’: se não gosta, desligue e não veja. Nos dias de hoje, é praticamente impossível passear por redes sociais ou sites de entretenimento sem dar de cara com os seios imensos de Clara, exibidos propositalmente na hora do banho e encobertos pelo símbolo do “olho” do BBB. Quando o espectador, ainda assim, mantém-se firme no propósito de nada consumir sobre o reality show e sua fartura de corpos à mostra, o BBB invade o noticiário. Foi assim, por exemplo, no caso da suspeita de estupro envolvendo Daniel e Monique no BBB12, e quando a mesma acusação recaiu sobre Marcelo, em uma briga com Cássio com direito a vidro estilhaçado com um chute. Em versões bem menos dramáticas, há, também, os casos de declarações infelizes – para não dizer criminosas – como a de Franciele, que nesta edição afirmou que usa desodorante para não ficar “com cheiro de neguinha”, ou de Dhomini, que contou bravatas sobre tortura com animais, no BBB13.

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A ideia do programa não é mais ser um espelho da sociedade. Quando coloca em pauta assuntos como aids, é porque alguma declaração bizarra foi feita por um de seus confinados. Nesta temporada, uma especialista em doenças sexualmente transmissíveis passou uma tarde com os brothers dias depois de Angela dizer que os portadores do vírus HIV deveriam ser “exterminados” – uma espécie de eliminação da vida real. A medida foi tomada quando o Ministério da Saúde divulgou uma nota de repúdio à TV Globo, e exigiu retratação. Foi também pressionado, desta vez pelo marasmo na casa, que Boninho decidiu abrir as portas para a participação de mães e tias. O resultado, porém, não surtiu o efeito desejado. Os participantes interromperam, sim, as infinitas sonecas da tarde, mas ficaram acanhados e ainda mais infantis com as matriarcas à curta distância de um muro. Dizem até que a saída delas precisou ser antecipada.

Com a mãe tão perto, talvez Diego não tivesse tomado banho tantas vezes pelado, Clara não teria feito tantas vezes topless, nem Cássio teria pulado como veio ao mundo na piscina, ou Letícia teria se envolvido com três na casa. Franciele ficaria com vergonha de ir para debaixo do edredom com seu affaire – mesmo que durasse, no máximo, três minutos. Inúmeras vezes, ela se dizia preocupada com o que o pai poderia pensar. Mas, na cama com Diego, a empolgação fez até cair o cobertor. A câmera seguia o casal animadinho para onde quer que fossem, porque eles eram os únicos que não tentavam disfarçar o óbvio. Vanessa e Clara também eram explícitas, mas o receio de como o público receberia o primeiro relacionamento gay em um BBB deixavam as imagens mais comedidas, enquanto elas garantiam ter feito “de tudo”. Ambas, porém, chegaram à final, que teve a modelo campeã e a stripper em terceiro lugar. Uma prova de que o telespectador não só aceita como espera sempre por mais. E, enquanto ele quiser, Boninho dará.

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