A menina Amy Winehouse é tema de exposição
Mostra criada pelo irmão mais velho da cantora retrata sua infância e tenta afastá-la da imagem de viciada em drogas e álcool
A intimidade de Amy Winehouse vai ser exibida em Londres, em mostra que será inaugurada nesta quarta-feira no Jewish Museum. Fotos da cantora quando criança convidam o público a dedicar um novo olhar à menina judia que cresceu para se tornar uma das cantoras mais famosas do Reino Unido.
Leia também:
Biografia é pedido de desculpas do pai a Amy Winehouse
Peça de teatro dedicada a Amy Winehouse será encenada na Dinamarca
Pai de Amy Winehouse volta a falar sobre filme biográfico da cantora
O acervo que integra a mostra foi reunido pelo irmão mais velho de Amy, Alex, ao longo de dois anos após a sua morte, aos 27 anos, em 2011. Além das fotos, a exposição reúne uma coleção de roupas e objetos da cantora que compõem um panorama sobre como ela era antes de o álcool e as drogas a terem derrubado.
O resultado é um retrato dolorosamente tocante de uma mulher que ganhou seis Grammys – cinco pelo disco Back to Black, de 2006, e um conquistado após sua morte, em reconhecimento ao dueto com Tony Bennett.Alex escreveu uma legenda carinhosa ao lado de cada item, lembrando dos livros do Snoopy que Amy amava quando criança, a primeira guitarra que ele dividiu com a irmã – “possivelmente o pior instrumento musical já fabricado” – e os discos de jazz que ela pegava emprestado de Alex.
https://www.youtube.com/watch?v=lCojYJBFtFI
Bons tempos – Amy Winehouse: um Porta-retrato Familiar deliberadamente foca nos bons tempos da vida da artista e não faz nenhuma referência a sua morte repentina. Amy foi encontrada sem vida em julho de 2011 em seu apartamento em Londres. A causa da morte foi atribuída à debilitação causada pelos anos de vício em drogas e álcool.
“Não é um santuário ou memorial para alguém que morreu. É um retrato profundo de uma menina, simplesmente uma criança judia do norte de Londres com um grande talento”, escreveu Alex Winehouse na apresentação da exposição, que é realizada no Museu Judeu em Camdena até 15 de setembro. O local reflete a identidade cultural da cantora e fica próximo de onde ela morava e morreu. “Amy, assim como seus parentes mais próximos, não era particularmente religiosa, mas tinha uma influência cultural judaica muito forte”, disse o curador Elizabeth Selby.
A cantora mantinha muitas das suas fotografias em uma mala, que também está exposta. Ela olhou para elas junto com seu pai, Mick, dias antes da sua morte. Em um formulário preenchido para ingressar em uma escola de teatro, a garota se mostrava entusiasmada com a possibilidade de se tornar famosa.
Em caligrafia infantil, se pode ler sobre sua ambição, aos 14 anos: “Tenho esse sonho de ser famosa, de estar no palco. É uma ambição de vida, quero que as pessoas ouçam minha voz e esqueçam seus problemas por alguns minutos”.
(Com agência France-Presse)