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O Rio de ‘Velozes e Furiosos 5’ é um apanhado de estereótipos

As cenas de perseguição alucinada que garantem bilheterias milionárias acontecem em uma cidade onde todos andam armados, todos os policiais são corruptos e todas as mulheres são gostosas

Por Rafael Lemos
12 abr 2011, 20h03

Durante um longo período, os filmes estrangeiros reservaram ao Rio de Janeiro a condição de destino ideal – e até óbvio – para criminosos fugitivos, em busca de um paraíso da impunidade. Muitas vezes, a cidade sequer aparecia de fato, sendo substituída simplesmente pela imagem de um avião decolando. Em Velozes e Furiosos 5, o clichê volta à cena. Mas, desta vez, a Cidade Maravilhosa figura como o cenário principal da trama, numa impressionante sequência de estereótipos: todos andam armados, todos os policiais são corruptos, todas as mulheres são gostosas.

https://youtube.com/watch?v=BGlGTy90Kuk

A trama não traz nenhuma surpresa para os fãs da franquia. Foi feito para quem vai ao cinema para ver perseguições alucinadas e muito tiro. Condenado a 25 anos de prisão, Dom Toretto (Vin Diesel) chega ao Rio de Janeiro e, claro, coloca em ação um plano para roubar carros que estão sendo transportados num trem. O ambiente, meio desértico, em nada lembra a cidade brasileira. Mas este é um dos poucos momentos em que fica evidente que parte das gravações foi feita no exterior – as cenas de perseguição foram majoritariamente rodadas em Porto Rico, devido às sedutoras leis de incentivo fiscal do país.

A prefeitura do Rio e a Rio Film Comission apoiaram a produção. Mas a imagem que vai rodar o mundo é tudo o que não se quer para a cidade. Na história, o Morro Dona Marta, hoje pacificado, tem traficantes fortemente armados. Totalmente corrupta, a PM é uma importante aliada e protetora do chefe do tráfico de drogas na cidade, o todo-poderoso Hernan Reis (o português Joaquim de Almeida), empresário bem-sucedido, influente, que dá expediente num luxuoso prédio comercial.

Os caminhos do empresário traficante e do grupo de Toretto se cruzam, colocando-os em lados opostos. Um dos carros roubados pelo bando tem um chip que interessa muito a Reis. A turma de Vin Diesel também precisa fugir do Serviço de Segurança Diplomática, uma espécie de Polícia Federal comandada pelo gringo Luke Hobbs, interpretado por Dwayne Johnson – o grandalhão de Escorpião Rei. Para ajudá-lo, Johnson recruta uma policial inexperiente (e bonita, claro), que seria a única incorruptível na corporação.

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As tomadas do Rio foram registradas em apenas três dias, na passagem relâmpago da equipe do filme pelo Brasil, o que foi mais do que suficiente. A edição, veloz como o próprio título pede, ajuda a enganar o espectador, fazendo parecer que tudo se passa no Rio, com muitas imagens aéreas da cidade. Além de cartões postais como o Cristo Redentor e as praias, as principais avenidas e as favelas ajudaram a compor o Rio da ficção. Pequenos detalhes também foram observados, como no caso da réplica perfeita do uniforme e dos carros da Polícia Militar.

Durante os confrontos, que fazem a tomada do Complexo do Alemão parecer brincadeira de criança, Toretto salva a vida de Hobbs, que por sua vez, perde colegas nas mãos dos traficantes. O episódio provoca uma reviravolta, levando os rivais Toretto e Hobbs a se unirem, temporariamente, contra Reis. O filme não decepcionará os fãs da franquia. A fórmula que mistura carros com motores ferozes, cenas de rachas e de brigas, tiroteios e mulheres deslumbrantes prova que ainda se sustenta. Uma última cena, exibida depois dos créditos, deixa no ar que um Velozes 6 vem por aí.

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