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As razões para a derrocada da carreira de Adam Sandler

Último longa do humorista, 'Pixels' teve uma estreia mixuruca nos Estados Unidos, onde fez apenas 24 milhões de dólares em seu primeiro fim de semana

Por Da Redação
30 jul 2015, 12h22

Adam Sandler, 48 anos, contabiliza 58 filmes desde a sua estreia com Ir ao Mar, em 1989, além de diversas participações na TV. Foi no humorístico americano Saturday Night Live, onde atuou como redator e comediante de 1990 a 1995, que o ator obteve enorme projeção. A partir daí, ele passou a ser figura constante em comédias de Hollywood como O Paizão (1999) e A Herança de Mr. Deeds (2002), produções que arrecadaram mais de 35 milhões de dólares em seu fim de semana de estreia. Seguiram-se anos de grandes bilheterias: em 2008, a estreia de Zohan: O Agente Bom de Corte fez 38,5 milhões de dólares, e Gente Grande 1 e 2 alcançaram 40,5 e 41,5 milhões de dólares em 2010 e 2013, respectivamente. De lá para cá, no entanto, a coisa degringolou. Sandler viu seu poder de atração das massas se reduzir drasticamente, e com ele, o seu faturamento. No último fim de semana, seu novo filme, Pixels, teve um desempenho pífio nos Estados Unidos, com apenas 24 milhões de dólares arrecadados. O fundo do poço parece estar próximo, se é que já não chegou.

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A repercussão da péssima estreia de Pixels foi tão forte nos EUA que a Netflix, serviço de streaming que contratou Sandler para a produção de cinco comédias próprias, se apressou em defender a sua decisão. “Pixels fez 24 milhões de dólares no mercado doméstico e 25 milhões no internacional, e um terço de nossos usuários está fora dos EUA. Foi por isso que assinamos com Adam Sandler: ele é uma estrela internacional”, disse Ted Sarandos, diretor de conteúdo da empresa, em uma coletiva em Los Angeles, na terça-feira. A primeira produção de Sandler a chegar na Netflix será The Ridiculous Six. O filme, previsto para dezembro, também já enfrenta pepinos: ele foi acusado de racismo.

Ted Sarandos não deixa de ter razão: no Brasil, Pixels estreou na liderança, deixando Homem-Formiga para trás. Resta saber se os estúdios americanos vão continuar apostando em um ator que hoje só dá prejuízo no país ou se o seu destino será mesmo – e para sempre – o streaming. Problemas não faltam na carreira de Sandler. Conhecido pelas atuações fracas, ele parece repetir o mesmo personagem nos longas em que atua, assim como o ator Nicolas Cage. E esta seria apenas uma das razões para a queda da carreira do ator de Click (2006), como mostrou a revista americana Variety.

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Parado no tempo

Aos 48 anos, Adam Sandler parece interpretar o mesmo personagem “jovem-adulto” dos filmes que lhe deram sucesso no final dos anos 1990 e início da década seguinte, como O Rei da Água (1998), O Paizão (1999) e A Herança de Mr. Deeds (2002), longas que juntos arrecadaram 592 milhões de dólares em todo o mundo. Quando tentou fazer papeis mais sérios como em Homens, Mulheres e Filhos (2014) e Tá Rindo do Quê (2009), a arrecadação decepcionou. O primeiro fez apenas 2,2 milhões de dólares ao redor do mundo, e o segundo, que custou 75 milhões, arrecadou 71,5 milhões de dólares. 

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Sandler para menores

Com o tempo, o mote das comédias mudou e ficou, digamos, mais adulto. Houve, por exemplo, uma leva de longas que tratavam de “bromance” – a quase colorida amizade entre homens — graças ao diretor Judd Apatow. Amigo de Sandler, Apatow dirigiu filmes como O Virgem de 40 Anos (2005) e Ligeiramente Grávidos (2007), ambos classificados para maiores de 18 anos nos Estados Unidos. O problema é que Sandler não conseguiu se inserir nesses filmes mais “adultos”. Quando ele se arrisca em longas com classificação para maiores de idade, a bilheteria fica aquém do esperado, como em Este É o Meu Garoto (2012), que custou 70 milhões de dólares e arrecadou só 57 milhões em todo o mundo.

https://youtube.com/watch?v=Oq_4rhxICNk

Diga com quem andas…

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Parcerias repetidas nos cinemas são comuns, como as de David O. Russel e Jennifer Lawrence e de Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio. Mas, no caso de Sandler, isso não tem sido muito bom. Ele atua frequentemente com as mesmas pessoas e dá a impressão de sempre fazer os mesmos filmes.  Os atores Rob Schneider (Como se Fosse a Primeira Vez) e David Spade (Gente Grande) são alguns dos “amigões” de Sandler que regularmente aparecem em seus filmes, mesmo que para fazer uma ponta. Ao lado do roteirista Norm MacDonald (Trabalho Sujo), outro constante parceiro, o trio vai atuar em The Ridiculous Six, filme produzido pela Netflix que já foi acusado de racismo.

Comunicação ruim

Celebridades como Joaquin Phoenix e Robert Downey Jr. têm certa aversão à imprensa. Mas, no caso de Sandler, o caso parece patológico. Irritado com as críticas a seus longas — normalmente justas –, o ator estabeleceu uma política de não dar entrevistas, além de ignorar revistas e jornais no lançamento de um filme. Hoje as redes sociais permitem que ele crie um canal direto com os fãs, sem intermédio da imprensa, mas ele tampouco liga para isso. Sandler deixa seus perfis sob a responsabilidade de outras pessoas, tornando-os plataformas de publicidade e não de comunicação.

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Ele estagnou na zona de conforto

Não se pode dizer, contudo, que Sandler não tentou mudar. No início dos anos 2000, ele se arriscou em filmes que fogem do seu padrão de comédia ao se juntar com diretores de renome. Ao lado de James L. Brooks, vencedor do Oscar de melhor diretor por Laços de Ternura (1983), ele atuou em Espanglês (2004), sobre uma imigrante mexicana que chega aos Estados Unidos com sua filha e trabalha para a família do personagem de Sandler. Em Embriagado de Amor (2002), o ator foi dirigido por Paul Thomas Anderson, indicado ao Oscar de melhor diretor neste ano por Vício Inerente (2014). Mas isso foi tudo. Desde essas duas parcerias, Sandler não saiu da zona de conforto. Para a sorte dele, bilheteria não será uma obrigação para The Ridiculous Six, que a Netflix lança em dezembro. Isso o deixará mais tranquilo, já que assinou com a empresa para realizar mais quatro filmes.

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