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‘Bata antes de Entrar’ incomoda e diverte ao torturar Keanu Reeves

Dirigido por Eli Roth, o longa, que está entrando em cartaz, se equilibra e não parte para a apelação

Por Da Redação
4 out 2015, 10h40

O diretor Eli Roth gosta de torturar seus personagens e mostrar a dor que enfrentam a caminho da morte, como se viu em filmes como em O Albergue (2005) e Cabana do Inferno (2005). Em Bata antes de Entrar, que entra em cartaz nesta quinta, não poderia ser diferente. A vítima, aqui, é Evan Webber, personagem de Keanu Reeves. Pai de família e arquiteto, ele até foge, mas não resiste à tentação e trai a esposa quando duas garotas batem à sua porta em busca de abrigo durante uma tempestade, em um final de semana em que ele estava sozinho em casa. Para conectar o público às sensações da trama e incomodá-lo, Roth segue a cartilha do exploitation, estilo de filme que eleva ao quadrado elementos como violência e sexo. O desafio é a linha tênue que o separa da pura apelação, mas o diretor se equilibra sobre ela muito bem.

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Evan Webber tem dois filhos com a artista Karen Alvarado (Ignacia Allamand), cujas obras estão espalhadas por toda a casa em que moram, perto de Los Angeles, Califórnia (EUA). Karen vai com os filhos à capital americana do cinema para uma mostra, enquanto Webber tem de ficar para terminar um projeto do trabalho. Pela noite, a tentação bate à sua porta na forma de Genesis (Lorenza Izzo) e Bel (Ana de Armas), duas meninas perdidas e molhadas pela chuva, distantes da festa a que iriam. O celular de uma ficou em casa e o da outra não funciona por conta da água que tomou. Elas pedem para entrar e Evan a princípio resiste, mas logo muda de ideia. Gentil, ele serve chá, toalha e até um iPad para elas usarem a internet, além de chamar um Uber – espécie de carona paga, acionada por aplicativo – para buscá-las. Enquanto o carro não chega, as duas falam das aventuras – principalmente as sexuais – que passam nas cidades que visitam como aeromoças.

Entre os flertes da morena e os olhares provocantes da loira, Evan aguenta até a chegada do Uber. No entanto, ele tem que ir ao banheiro onde elas tomam banho para entregar a roupa que estava na máquina de secar. Lá, ele cai na armadilha das garotas e abre mão de todos os princípios em prol de seu prazer carnal. Neste ponto, Roth, com certa dose de moralismo, alterna as cenas de sexo dos três com enquadramentos que focam nos quadros da família, como se as crianças e a esposa gritassem, de longe, para ele interromper o que faz.

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Com um quê de Coringa do Batman, Genesis põe para fora todo o seu sadismo com uma série de provocações a Evan, em ótima atuação de Lorenza Izzo, esposa de Roth, com quem trabalhou em Canibais (2013). Já Ana de Armas dá ares perturbados a Bel, cuja personalidade remete à da Arlequina, personagem dos quadrinhos que é justamente a parceira do Coringa. Reeves, por sua vez, faz muito bem seu papel, de alguém completamente desesperado e incrédulo com a situação.

As maneiras escolhidas pelas duas para penalizar Evan despertam o humor negro e mórbido no espectador, estilos pouco aproveitados em tempos de politicamente correto. Mas a trama é capaz de agradar até aos certinhos, pois o tratamento dado a Evan pode ser encarado como uma lição moral àqueles que traem.

Contudo, Roth incomoda e diverte o espectador o máximo que pode, sem se deixar levar para o lado da pura e simples apelação.

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https://youtube.com/watch?v=vuYUjJozYm4

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