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‘Virando Bicho’: documentário retrata rotina de vestibulandos

Filme que estreia nesta sexta-feira em dez cidades acompanha um ano inteiro de preparação de seis jovens que batalham por uma vaga na universidade

Por Nathalia Goulart
9 nov 2012, 10h09

Em 2009, Samara Oliveira bem que tentou. Saiu de casa mais cedo para não se atrasar para o Enem, mas as ruas sem asfalto de Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estavam destruídas pelas fortes chuvas, atrapalhando o trânsito. Samara chegou oito minutos atrasada ao local de prova e não conseguiu fazer a exame. Fora da universidade, ela deu início no ano seguinte à rotina de estudos de milhares de jovens que buscam uma vaga no ensino superior: ingressou em um curso pré-vestibular.

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A equipe de Silvia entrevistou cerca de 60 jovens para as filmagens. Desses, seis foram os eleitos para as gravações. “Buscávamos pessoas articuladas e com histórias marcantes, que realmente fizessem a diferença no documentário”, conta ela, que foi até o interior de Alagoas visitar a tribo de índios Xokó, que recebe via internet aulas preparatórias para o vestibular, com a ajuda da universidade federal do estado.

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Além de Samara, participa do documentário Carolina Fairbanks, que, aos 19 anos, tenta pela segunda vez a faculdade de direito da Universidade de São Paulo (USP). “Meus pais são advogados, meu irmão também é, assim como meus avós e todos os meus tios. Mas não tem pressão nenhuma, é um sonho, está no sangue”, justifica a jovem.

Também aparecem Olívia Zanetti, aspirante ao curso de medicina que saiu de Penápolis (SP) para fazer cursinho na capital paulista; Ana Deise de Souza, que há dois anos deixou o ensino médio e agora tenta uma bolsa no Programa Universidade Para Todos (ProUni); Erick Rocha, que trabalha como monitor em um cursinho para pagar os estudos; e Renan Campari, que abandonou os estudos pelo sonho de ser jogador de futebol e agora tenta recuperar o tempo perdido. “Eu tinha certeza de que em 2010 eu estaria na Copa do Mundo. Mas as coisas não deram certo”, afirma.

Além dos estudantes, os professores têm papel de destaque em Virando Bicho. Na sala de aula, eles se desdobram para segurar a atenção desses jovens e garantem boas risadas, além de arrancar suspiros. “O professor pode ser o mais feio possível, mas quando ele sobre naquele palco, ele vira o sol”, diz uma das estudantes entrevistadas sobre o fascínio que os mestres exercem do imaginário das garotas. E eles admitem que há muitos casos de amor que nasceram numa sala de cursinho. “A ousadia feminina é grande”, diz Ronaldo Carrilho, professor do Anglo Vestibulares.

Virando Bicho entra em cartaz nesta sexta-feira nas seguintes cidades: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Maringá (PR), Londrina (PR), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB) e Palmas (TO).

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Antes da estreia, o site de VEJA conversou com dois dos protagonistas do filme. Confira trechos da entrevista:

Samara Oliveira, protagonista do documentário 'Virando Bicho'
Samara Oliveira, protagonista do documentário ‘Virando Bicho’ (VEJA)

Samara Oliveira

Aos 19 anos, a jovem disputa uma vaga no curso de artes visuais da UERJ

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Por que você decidiu participar do documentário?

Venho de um bairro pobre, onde não cursar faculdade é uma opção comum entre os jovens da minha idade. Queria uma oportunidade de contar a minha história e mostrar que mesmo em um ambiente pouco animador é possível desejar um futuro melhor.

O documentário foi filmado em 2010. Do que você mais se lembra quando pensa naquele ano de preparação?

Eu me sentia muito ansiosa. Eu queria aproveitar a vida, sair bastante com meus amigos, mas sabia que precisava estudar ou nunca entraria em uma universidade pública. E também sabia que mais um ano de cursinho seria difícil de aguentar. O documentário me ajudou a me concentrar nos estudos e manter o foco.

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Renan Campari, protagonista do documentário 'Virando Bicho'
Renan Campari, protagonista do documentário ‘Virando Bicho’ (VEJA)

Renan Campari

Aos 21 anos, o ex-jogador de futebol quer cursar engenharia civil

Você queria ser jogador de futebol. Por que decidiu ingressar na universidade?

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Eu parei de estudar no ensino médio para correr atrás do sonho de ser jogador futebol e cheguei a jogar em três clubes profissionalmente. Nunca dei valor aos estudos, mas quando vi que minha carreira nos campos não sairia como eu planejava, tive que procurar trabalho para me sustentar e vi que os melhores salários são para quem tem ensino superior. Vi que tinha que voltar a estudar para ter uma vida melhor.

Muitos meninos querem ser jogador de futebol no Brasil. Você acredita que eles se identificarão com sua história?

Espero as pessoas que vejam o filme se identifiquem com os personagens, seja comigo ou qualquer outro. E espero que elas entendam que a educação precisa ser a base de qualquer profissão, mesmo a de um jogador de futebol.

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